Milhares de pessoas foram às ruas do Iraque neste sábado, 26, pelo segundo dia consecutivo para pedir mais serviços básicos, oportunidades de trabalho e condenar a corrupção, mas os protestos foram mais uma vez marcados pelos confrontos com as forças de segurança, que desde sexta deixaram 63 mortos e quase 2,6 mil feridos.
As autoridades cortaram no fim da tarde a luz na praça Tahrir, em Bagdá, principal ponto de concentração dos manifestantes na capital iraquiana. Simultaneamente, agentes antidistúrbios agiram para dispersar a multidão do local.
Uma fonte do Ministério do Interior do Iraque que pediu anonimato disse à Agência Efe que a operação na praça Tahrir deixou ao menos 30 feridos. Só em Bagdá, mais de dez pessoas foram vítimas das ações das forças de segurança nos últimos dois dias.
O número de mortos nos confrontos iniciados na sexta subiu para 63 e o de feridos para 2.592, segundo a Comissão de Direitos Humanos do Iraque.
O movimento começou no início de outubro, mas os protestos tinham sido suspensos até ontem. Na primeira fase das manifestações, 157 pessoas morreram, a maior parte delas devido à repressão das forças de segurança.
A enviada especial da ONU para o Iraque, Jeanine Hennis-Plasschaert, condenou energicamente a perda de vidas humanos nos incidentes, assim como a destruição de prédios públicos e privados em todo o país.
Hennis-Plasschaert classificou de “trágica” a volta da violência, mas elogiou os agentes que prestaram socorro aos manifestantes feridos e garantiam a livre circulação de ambulâncias.
O Ministério do Interior do Iraque confirmou em comunicado que houve baixas entre as forças de segurança, mas não informou quantos agentes morreram nos confrontos. Segundo o órgão, alguns deles foram baleados e outros ficaram feridos por pedras jogadas pelos manifestantes.