Autoridades do Irã se reunirão nesta quinta-feira, 1, com aliados do Líbano, Iraque e Iêmen para discutir possíveis retaliações contra Israel por morte do chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, e do principal comandante do Hezbollah, Fuad Shukr, em Beirute, capital libanesa, nesta semana. A informação foi divulgada pela agência de notícias Reuters.
O encontro contará com a presença de representantes do grupo palestino radical Hamas, em guerra com Israel desde 7 de outubro, e da Jihad Islâmica. Integrantes do movimento Houthi, do Iêmen, do libanês Hezbollah e organizações de resistência iraquianas também participarão da reunião em Teerã, disseram fontes à Reuters sob condição de anonimato.
“O Irã e os membros da resistência conduzirão uma avaliação completa após a reunião em Teerã para encontrar a melhor e mais eficaz maneira de retaliar o regime sionista”, afirmou uma alta autoridade iraniana à agência.
Espera-se que líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, e membros da Guarda Revolucionária do país compareçam. O Irã e o Hamas acusam Israel de estar por trás do ataque matou Haniyeh horas após seu comparecimento à posse do novo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, na capital. Tel Aviv, por sua vez, não assumiu a autoria e advertiu que tomará medidas para retaliar qualquer ameaça.
“Também estamos fortemente preparados em defesa. Centenas de soldados de defesa aérea, junto com pessoal de controle aéreo, estão posicionados em todo o país com os melhores sistemas, prontos para executar sua missão”, alertou o chefe da força aérea de Israel, Tomer Bar, durante cerimônia de formatura militar no país.
Ainda nesta quinta-feira, as Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram que o chefe da ala militar do Hamas, Mohammed Deif, foi morto em um ataque aéreo em Gaza no mês passado. A informação não foi confirmada pelos militantes palestinos.
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‘Nova fase’ do conflito
O braço armado do Hamas, as Brigadas de Al-Qassam, disse em comunicado que a morte de Haniyeh “levaria a batalha a novas dimensões e teria grandes repercussões”. O secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, Ali Akbar Ahmadian, aumentou o tom e adiantou que “todas as frentes da resistência se vingarão do sangue de Haniyeh”.
Por sua vez, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, anunciou que o conflito do grupo libanês com Israel entrou em “uma nova fase” após os assassinatos consecutivos, escalando a instabilidade na reunião, já conturbada pela guerra na Faixa de Gaza. Em um discurso televisionado transmitido para cerca de 1.000 pessoas no funeral de Shukr, em Beirute, ele também prometeu uma resposta violenta.
“O inimigo, e aqueles que estão por trás do inimigo, devem aguardar nossa resposta inevitável. Vocês não sabem quais linhas vermelhas cruzaram”, disse ele, em referência a Israel e aos Estados Unidos.