O Irã anunciou neste domingo, 4, a captura de mais um navio “estrangeiro” no Golfo Pérsico pelas forças navais da Guarda Revolucionária. Trata-se da terceira embarcação interceptada pela República Islâmica em menos de um mês nessa região estratégica para o comércio do petróleo. As iniciativas têm aumentado a tensão entre Teerã e Washington.
A nacionalidade do petroleiro não foi divulgada. Sete membros da tripulação foram detidos na operação, que aconteceu na quarta-feira, informou a agência de notícias Fars. O navio apreendido transportava “700.000 litros de combustível de contrabando nas proximidades da ilha de Farsi”, norte do Golfo, afirmou a agência IRNA.
A embarcação foi levada para o porto de Bushehr, e sua “carga de combustível de contrabando foi entregue às autoridades”, em coordenação com a justiça iraniana, informou a mesma fonte. O petroleiro seguia aos países árabes do Golfo, segundo o general Ramezan Zirahi, comandante das forças da Guarda Revolucionária que capturaram o navio.
Este é a terceira embarcação interceptada pelo Irã desde 14 de julho no Golfo Pérsico. Um terço do petróleo que transita por via marítima no mundo passa pelo Estreito de Ormuz, localizado nesta região. Em 14 de julho, o Irã capturou um petroleiro de bandeira panamenha, o “MT Riah”, acusado de contrabando de combustível. Cinco dias depois, um petroleiro sueco de bandeira britânica, “Stena Impero”, foi interceptado sob suspeita de “não respeitar o código marítimo internacional”.
O caso deste domingo aprofunda a tensão no Golfo Pérsico, iniciada logo depois da retirada dos Estados Unidos do acordo sobre o programa nuclear iraniano em maio 2018. Washington também retomou suas sanções contra a economia do Irã, por meio de restrições ao comércio de petróleo pelo país, que é dono da quarta maior reserva mundial.
Os Estados Unidos acusam teerã de cometer atos de sabotagem contra petroleiros no Golfo entre maio e junho. Teerã nega as iniciativas. A destruição de um avião não tripulado americano supostamente em voo sobre águas iranianas também contribuiu. Apesar do noticiário, o general iraniano Ahmad Reza Purdastan afirmou neste domingo que os riscos de um conflito no Golfo diminuíram.
“À primeira vista ,pode parecer que a situação no Golfo Pérsico segue para um conflito militar, mas se você observar mais de perto verá que a probabilidade de tal conflito é cada vez menos elevada”, declarou o general. Ele reconheceu, porém, que o “Golfo Pérsico é como um barril de pólvora e a primeira explosão pode levar a um grande desastre”.
O governo dos Estados Unidos impôs novas sanções contra o Irã, desta vez sobre o chefe da diplomacia iraniana, Mohammad Javad Zarif. A razão teria sido sua rejeicão a um convite para se reunir com o presidente americano, Donald Trump, afirmaram autoridades iranianas. Em um artigo publicado na sexta-feira 2, a revista New Yorker informou que o senador americano Rand Paul foi o mediador do convite, aprovado pelo presidente Donald Trump.
Zarif e Paul se encontraram, segundo a publicação, em meados de julho em Nova York, à margem de uma visita do ministro iraniano à Organização das Nações Unidas (ONU). “Durante uma reunião com um senador (americano), (Zarif) foi convidado para uma reunião e depois foi sancionado”, disse o porta-voz do governo, Ali Rabiei.