Inteligência dos EUA ignorou alerta de invasão ao Capitólio, diz relatório
Documento foi produzido por democratas do comitê de segurança interna do Senado
Agências governamentais responsáveis por antecipar problemas de segurança minimizaram as ameaças de ataque ao Capitólio dos Estados Unidos, mesmo quando o prédio estava sendo invadido, de acordo com um relatório produzido pro democratas do comitê de segurança interna do Senado, publicado nesta terça-feira, 27.
O documento afirma que a inteligência do FBI, do Departamento de Segurança Interna (DHS) e de outras agências ignoraram todos os alertas de violência feitos desde dezembro de 2020 que poderiam ter evitado o ataque que deixou mais de 140 policiais feridos e levou a algumas mortes. O caso aconteceu em 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores do então presidente Donald Trump invadiram o prédio para tentar impedir a certificação da vitória de Joe Biden.
“Essas agências falharam em soar o alarme e compartilhar informações críticas de inteligência que poderiam ter ajudado a aplicação da lei a se preparar melhor para os eventos”, comentou Gary Peters, democrata do Michigan e presidente do comitê.
Dois anos depois da invasão, o governo dos EUA já prendeu cerca de 950 pessoas, com algumas delas recebendo longas sentenças de prisão. Em dezembro de 2021, o comitê do Senado concluiu que o FBI chegou a receber informações de que o grupo de extrema-direita Proud Boys planejava estar em Washington para “matar pessoas”. No mês passado, quatro membros que participaram do motim foram considerados culpados de conspiração sediciosa por um júri em Washington.
Além disso, de acordo com o relatório, entre 3 a 4 janeiro de 2021, as agências de inteligência americana sabiam de várias postagens nas redes sociais que falavam abertamente sobre violência armada e invasão ao prédio. Porém, às 8h57 do dia do ataque, um oficial sênior de vigilância do DHS afirmou que não havia “indícios de desobediência civil”.
Só foi às 14h58 do dia 6 de janeiro, já com o motim em andamento, que o DHS notou um aumento de postagens nas redes sociais que pediam por mais violência. No entanto, a agência afirmou que, naquele momento, não se tratava de informações confiáveis.