O presidente da França, Emmanuel Macron, mostrou-se empenhado em negociar um acordo nuclear mais amplo com o Irã, independentemente de os Estados Unidos decidirem finalmente abandonar o texto assinado em 2015 por Teerã e seis potências.
“Não sei o que o presidente dos Estados Unidos decidirá no dia 12 de maio”, disse Macron à imprensa, em Sydney, nesta quarta-feira 2, durante visita oficial à Austrália. “Qualquer que seja a decisão, temos que preparar uma negociação e um acordo mais amplo, pois acredito que ninguém quer uma guerra ou uma escalada em termos de tensão na região”, acrescentou.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja anunciar no próximo dia 12 se vai retirar ou não seu país do acordo assinado com o Irã – mais China, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha. Teerã concordou, no acordo, em limitar seu programa nuclear em troca da suspensão das sanções econômicas americanas e europeias.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, apresentou na última segunda-feira 110 documentos que, segundo ele, comprovariam a continuidade do programa nuclear militar do Irã. Os documentos seriam cópias de um arquivo secreto iraniano.
Na terça-feira, a secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, disse que o acordo para limitar o desenvolvimento iraniano de armas nucleares foi acertado sob pretextos falsos porque o programa nuclear do regime estava mais avançado do que se sabia em 2015.
Macron visitou Washington na semana passada na esperança de persuadir Trump a não impor novamente sanções contra o Irã nem colocar o acordo em risco. Mas a Casa Branca não pareceu convencida de seus argumentos. Ele ressaltou que o acordo é a melhor maneira de monitorar a atual atividade do regime iraniano.
Ao mesmo tempo, qualificou o pacto com Teerã como “um ponto de partida” e defendeu sua expansão para além de 2025, enquanto melhorava o controle da atividade balística do regime iraniano e continha sua atividade na região.
O presidente francês fez estas declarações em uma audiência com o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, que também defendeu o acordo com o Irã como “a melhor opção que temos disponível e apoiamos sua continuidade”.
(Com EFE e Reuters)