Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Imran Khan vence no Paquistão, mas terá de formar coalizão para governar

Crítico ferrenho dos Estados Unidos, o líder eleito terá de contar com o apoio de uma maioria de 137 parlamentares

Por Da Redação
Atualizado em 27 jul 2018, 17h05 - Publicado em 27 jul 2018, 15h28
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O ex-jogador de críquete Imran Khan, de 65 anos, venceu as eleições legislativas de quarta-feira (25) no Paquistão, conforme os resultados parciais divulgados hoje (27). Mas terá de buscar alianças com outros partidos para conseguir a maioria no Congresso.

    O Tehreek-e-Insaf (PTI), partido de Khan, conquistou 114 cadeiras até o momento, de acordo com os dados parciais publicados pela Comissão Eleitoral do Paquistão (ECP), que já apurou 80% dos votos. O número de assentos é quase o dobro do obtido pela segunda legenda mais votada, o PML-N, com 62 assentos. O Partido Popular Paquistanês (PPP), do candidato Bilawal Bhutto-Zardari, terá 43.

    Para formar um governo no Paquistão, Khan terá de contar com o apoio de uma maioria de 137 parlamentares. Por enquanto, não está claro se o seu partido conseguirá atingir essa meta. Se não for bem-sucedido, terá de buscar aliados entre os deputados independentes.

    Khan se autoproclamou ontem vencedor do pleito, quando apenas metade das urnas havia sido apurada. A campanha eleitoral paquistanesa foi marcada por vários atentados de grupos extremistas, e a eleição é alvo de  inúmeras acusações de fraude e de apuração muito lenta dos votos.

    A ECP rejeitou as acusações de fraudes apresentadas por vários partidos e atribuiu o atraso na publicação dos resultados a problemas técnicos. “As eleições se deram de maneira equitativa e livre”, proclamou.

    Continua após a publicidade

    Uma organização não-governamental local, a Rede para Eleições Livres e Justas (FAPEN), empregou cerca de 20.000 observadores para o pleito deste ano e fez uma avaliação favorável. “O dia da votação foi melhor administrado, relativamente pacífico e sem muita polêmica até a noite, quando havia preocupações sobre a transparência”, declarou à imprensa seu secretário-geral, Sarwar Bari, que parece ter desconsiderado o atentado que matou 31 pessoas no mesmo dia.

    As missões de observadores da União Europeia e da Commonwealth devem publicar ainda hoje seus primeiros relatórios. Na imprensa internacional, porém, a campanha foi considerada como uma das mais “sujas” da história do país, devido à suposta interferência dos militares para favorecer Khan.

    Estados Unidos

    Análises feitas pela imprensa internacional sugerem que Khan, por ser crítico aos Estados Unidos, pode inflamar ainda mais a relação entre os dois países, abalada desde o governo anterior. Em 1 de janeiro deste ano, o presidente americano, Donald Trump, publicou no Twitter que seu país investiu dinheiro no Paquistão e recebeu “apenas mentiras e enganações”.

    Continua após a publicidade

    “Os Estados Unidos deram ao Paquistão, de maneira insensata, mais de 33 bilhões de dólares em ajuda nos últimos 15 anos, e eles não nos retribuíram com nada além de mentiras e enganos, pensando que nossos líderes são tolos. Eles dão abrigo aos terroristas que caçamos no Afeganistão, com pouca ajuda. Não mais!”, escreveu.

    Em defesa de sua eleição, Khan veio à público na noite de ontem e adotou um tom conciliatório, marcado por referências religiosas. “Tivemos sucesso e recebemos um mandato”, disse ele em uma declaração televisiva, na sede de seu partido. As eleições foram “as mais justas e as mais transparentes”, adicionou Khan, que voltou a prometer “um novo Paquistão e um Estado de bem-estar islâmico”.

    Continua após a publicidade

    Realizadas sob um forte esquema de segurança, as eleições de quarta-feira constituíram uma incomum transição democrática entre dois governos civis de um país jovem com um passado marcado por golpes militares. Potência nuclear, o Paquistão esteve dirigido pelas Forças Armadas durante a metade de seus 71 anos de história.

    O partido PML-N ainda não reagiu ao discurso de Khan. Seu líder, Shahbaz Sharif, irmão do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, denunciou “fraudes flagrantes que fazem o Paquistão retroceder 30 anos”. O líder do PML-N está atualmente preso por corrupção e não se pronunciou.

    (Com AFP)

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.