Mais de 1.200 fiéis se reuniram neste domingo 12 na Igreja do Espírito Santo de Heidelberg, na Alemanha, para um culto em que a homenageada não foi nenhuma santa – mas a cantora americana Taylor Swift. A cerimônia recebeu o nome de “Anti-Hero – Taylor Swift Church Service”, em referência à música Anti-Hero, lançada em outubro de 2022. Os devotos se reuniram para rezar e assistir a uma apresentação de seis canções da artista que supostamente têm referências religiosas.
No momento, Swift leva a turnê The Eras Tour à Europa. Ou seja, estava nos palcos e não no púlpito neste final de semana.
“A Igreja do Espírito Santo sempre foi um lugar de encontro e intercâmbio. É por isso que um serviço religioso de música pop se encaixa tão perfeitamente”, disse o pastor de Heidelberg, Christof Ellsiepen. “Com isso, estamos dando espaço às dúvidas e questões que preocupam a geração mais jovem.”
No evento, o pastor paroquial Vincenzo Petracca esmiuçou letras da discografia de Swift e as relacionou ao cristianismo na vida cotidiana. Ele destacou que as composições apresentam fortes mensagens cristãs e políticas, dando voz aos direitos das mulheres, racismo e combate à homofobia. As canções foram entoadas pela cantora Tine Weichmann e sua banda.
“Teologicamente falando, ela aponta para a justiça de Deus”, continuou Petracca, acrescentando: “Para ela, fé e ações (concretas) são inseparáveis”.
Os fiéis foram levados às lagrimas quando Weichmann cantou Soon You’ll Get Better. Swift escreveu a música para sua mãe, diagnosticada com câncer de mama e um tumor no cérebro. Na música, Taylor diz: “Santas garrafas laranjas, todas as noites eu rezo para vocês / Pessoas desesperadas encontram fé, então agora eu rezo para Jesus também”. O culto foi concluído com Shake It Off, sob palmas ruidosas e danças animadas.
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Taylor Swift e eleições nos EUA
O pastor observou, no entanto, que a luta de Swift contra a discriminação renderam-lhe “o injusto rótulo de anticristã”. A cantora tem sido, inclusive, alvo de ataques de republicanos linha-dura, que a acusam de integrar uma conspiração para reeleger o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Na última eleição, em 2020, ela apoiou abertamente a campanha do democrata, para o desagrado do público conservador.
Swift entrou de cabeça no universo da política em 2018, um mês antes das eleições ao Congresso americano. A artista, que iniciou a carreira no muito conservador gênero country, rompeu o silêncio e apoiou publicamente candidatos democratas para o Senado e para a Câmara. Na ocasião, ela admitiu que já esteve “relutante” em expressar suas opiniões, mas que não poderia “votar em alguém que não estará disposto a lutar por dignidade para todos os americanos, independentemente da raça, gênero ou de quem amam”.
Nas ida às urnas há quatro anos, a estrela americana também instou os “swifties“, como são chamados seus fãs, a irem às urnas. E, como mostra uma pesquisa recém-divulgada empresa Redfield & Wilton Strategies, 18% dos seus fãs votariam no candidato escolhido por ela, sem nem pensar duas vezes. No ano passado, uma publicação de Swift nas redes fez com que fossem realizadas 35 mil novas inscrições para que americanos estejam aptos a irem às urnas, de acordo com a plataforma Vote.org.