O Partido Republicano assumiu nesta terça-feira, 3, a maioria da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos após as eleições de meio de mandato em novembro. Apesar da vitória, tudo aponta para uma gestão marcada pela divisão dentro da própria legenda, que pode colocar em xeque os planos dos deputados conservadores.
A estreita maioria em relação ao Partido Democrata (222 a 212) significa que o novo presidente da Câmara precisará unificar a bancada turbulenta para conseguir aprovar qualquer projeto, algo que não deve ser fácil.
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Logo no primeiro dia como maioria, republicanos de linha-dura já prometeram bloquear a candidatura de Kevin McCarthy, líder do partido na Casa desde 2019, à reeleição. Segundo eles, o deputado eleito pelo estado da Califórnia não esteve tão envolvido na agenda de guerras culturais e oposição aos democratas que pautaram o grupo nos últimos anos, em especial durante o governo de Donald Trump.
Nas eleições de 2015, ele chegou a desistir de sua candidatura à presidência da Câmara diante da oposição de forças conservadoras dentro da legenda.
McCarthy até tentou persuadir os radicais em uma reunião na manhã desta terça-feira, prometendo se manter na disputa até conseguir os votos necessários, mas muitos colegas deixaram seu escritório visivelmente irritados.
“Podemos ter uma batalha no plenário, mas a batalha é pela conferência e pelo país”, disse.
Além de McCarthy, Andy Biggs, deputado pelo estado do Arizona, disse que concorrerá o cargo. Do outro lado da bancada, os democratas votarão em seu novo candidato a líder, Hakeem Jeffries, após a aposentadoria da antiga presidente da Câmara, Nancy Pelosi.
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Diante do impasse, muitos republicanos expressaram preocupação com uma possível ruptura dentro do partido, justamente no momento em que foi conquistada a maioria na Câmara – oportunidade de ouro para construir uma oposição relevante contra o presidente Joe Biden e a maioria democrata no Senado.
De acordo com o deputado do Texas, Daniel Crenshaw, os oponentes de McCarthy estão minando os interesses da legenda e abrindo as portas para que Biden possa conquistar uma série de vitórias legislativas antes da reeleição. Já os radicais acusam-no de não adotar uma postura combativa o suficiente contra os democratas durante o mandato de Pelosi em assuntos como financiamento do governo, defesa e segurança nas fronteiras.
Todo o imbróglio pode minar as esperanças dos republicanos em avançar rapidamente em questões-chave que dizem respeito à economia e à independência energética.
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É preciso 133 votos para eleger um presidente da Câmara, contagem que dificilmente será alcançada apenas entre republicanos, sem depender dos votos dos deputados democratas. Caso haja um impasse, a Câmara pode ficar paralisada, forçando os legisladores a procurar outro candidato.