Uma opção de hospedagem barata na capital da Alemanha, o City Hostel Berlim não chama atenção à primeira vista – exceto pela bandeira da Coreia do Norte no prédio ao lado. Autoridades alemãs, porém, alertaram na quarta-feira que o albergue deve ser fechado, por ser uma fonte de dinheiro ao regime ditatorial de Kim Jong-un.
Localizado ao lado da embaixada norte-coreana na Alemanha, o City Hostel é gerenciado por uma rede hoteleira turca, mas o prédio onde funciona é de propriedade do regime asiático, assim como um centro de conferências anexo. Com isso, o país recebe mais de 38.000 euros (cerca de 130.000 reais) por mês em aluguel. O negócio vai contra uma sanção da Organização das Nações Unidas (ONU) adotada em novembro, em resposta ao desenvolvimento nuclear de Pyongyang.
Construído nos anos 1970 na antiga Alemanha Socialista, a propriedade foi um presente ao regime coreano, que na época mantinha amplas relações com país. Com a unificação alemã, em 1990, as relações diplomáticas esmoreceram e boa parte dos diplomatas norte-coreanos foram embora. A parte vaga do edifício foi alugada nos anos 2000 e se tornou uma fonte de renda para Kim Jong-un.
Nesta semana, o porta-voz do Ministério do Exterior alemão, Martin Schäfer, afirmou que o governo pretende fechar “o quanto antes” o que acredita ser a última fonte financeira de Pyongyang no país. Uma cláusula da resolução 2321 da ONU indica que países-membro proíbam a Coreia do Norte “de usar propriedades que possui ou aluga em seus territórios para qualquer propósito que não atividades diplomáticas ou consulares”.
Segundo o jornal Berliner Zeitung, os administradores do albergue já foram notificados que devem cancelar o contrato com o regime de Kim Jong-un, ou receberão multas pesadas. Até o momento, porém, o City Hostel continua a receber reservas e opera normalmente.