Um homem foi detido perto da cidade de Hamburgo, na Alemanha, como principal suspeito do assassinato da jornalista búlgara Viktoria Marinova, de 30 anos.
Segundo as autoridades da Bulgária, o suspeito foi identificado como Severin Krasimirov e foi preso pela polícia alemã após pedido oficial. Ele é morador da cidade búlgara de Ruse e nasceu no ano de 1997.
O corpo da jornalista de 30 anos foi encontrado na tarde do último sábado (7) em Ruse, gerando uma onda de indignação na Bulgária e em toda a Europa. Segundo as investigações e autópsias, a mulher foi estuprada antes de ser agredida com socos até a morte.
Viktoria era uma apresentadora e diretora da TVN, um canal privado local. As primeiras investigações apontam que o crime não está relacionado com a profissão da vítima.
Os agentes búlgaros encontraram na residência do suspeito, em Ruse, vários objetos relacionados à jornalista. As amostras de DNA de Krasimirov também coincidem com as impressões digitais encontradas no corpo da vítima, segundo o ministro do Interior búlgaro, Mladen Marinov.
O suspeito, que tem antecedentes por roubo em 2007, fugiu no domingo para a Alemanha.
“Nesta etapa, não podemos dizer que o assassinato está relacionado com a vida profissional da vítima”, disse o procurador-geral Sotir Tsatsarov, durante entrevista coletiva, embora tenha acrescentado que “todas as hipóteses” estão abertas.
Ele afirmou que o suspeito recebeu acusações por estupro com uso de força e assassinato, o que pode acarretar até em prisão perpétua. Tsatsarov disse ainda que Krasimirov estava alcoolizado e que parece ter sido um “ataque espontâneo com intenções sexuais” no momento do crime.
Após atingi-la no nariz e no rosto, a arrastou até uma região arborizada e a estuprou de forma “brutal e perversa”, segundo o procurador-geral.
“Depois foram mais golpes: o suspeito treinava boxe. O resultado desses golpes causou mais traumas em seu crânio” e levou à morte da vítima, acrescentou Tsatsarov.
Viktoria investigou um caso de corrupção com dinheiro da União Europeia na Bulgária, com propinas a empresários e políticos locais. A imprensa local especulava que a publicação da reportagem sugeria um possível motivo para o crime.
O primeiro-ministro búlgaro, Boyko Borisov, criticou a imprensa búlgara por oferecer uma “imagem negra” do país ao vincular a morte da jornalista com sua reportagem investigativa e especular que se tratava de um assassinato por encomenda.
“Se tivesse sido por encomenda, o autor não deixaria sua saliva sobre o corpo”, argumentou Borisov.
(Com EFE)