Uma trégua mediada pelo Egito trouxe hoje (10) uma promessa de acabar com os ataques aéreos e disparos de morteiros entre Israel e o Hamas, apesar de a tensão bilateral ainda prevalecer. Milhares de moradores da Faixa de Gaza se reuniram para protestar contra a morte de três palestinos e os dezenas de feridos no bombardeio israelense de quinta-feira.
Depois de uma noite tranquila, sem morteiros caindo em Israel nem ataques aéreos a Gaza, os moradores do sul de Israel foram informados de que poderiam voltar às suas rotinas. Eles passaram os últimos dois dias em abrigos antimísseis.
A trégua alcançada é extremamente precária. Tropas israelenses mataram hoje
dois palestinos e feriram cerca de 240 outros, afirmaram autoridades de Saúde palestinas. Um tanque também disparou contra uma base do Hamas, disse o Exército.
Imagens da Reuters TV mostraram colunas de fumaça em uma área da Faixa de Gaza na fronteira com Israel, onde manifestantes atearam fogo em pneus e soldados israelenses atirando bombas de gás lacrimogêneo.
O Exército Israelense disse que os manifestantes atiraram pedras, explosivos e coquetéis molotov em soldados e na cerca da fronteira. Os soldados “responderam com meios para dispersar protestos e abriram fogo, de acordo com o procedimento de operação padrão”, disse uma porta-voz.
Desde o início dos protestos massivos na Faixa de Gaza, em 30 de março, o Exército israelense matou 159 palestinos. Centenas ficaram feridos. Um soldado israelense foi morto por um franco-atirador de Gaza.
Ainda assim, a trégua alcançada nesta sexta-feira promete parar a escalada dos conflitos mais recentes. Nos últimos dias, o grupo político-militar Hamas disparou dezenas de morteiros, incluindo um míssil de longo alcance, no Sul de Israel. Aviões israelenses atingiram mais de 150 alvos em Gaza.
Uma mulher grávida e seu filho de 18 meses foram mortos durante os ataques de Israel, assim como um militante do Hamas. Sete pessoas ficaram feridas por morteiros palestinos que atingiram Israel.
Ontem, o Hamas emitiu sinais em favor da negociação de uma trégua com Israel. O processo de diálogo vinha sendo mediado pelo governo do Egito e pelas Nações Unidas. Uma alta autoridade egípcia disse que o Cairo estava trabalhando para assegurar um acordo amplo entre Israel e o Hamas, começando com um cessar fogo e incluindo melhoras econômicas posteriormente.
Israel e Egito mantêm um bloqueio à Faixa Gaza, sob a alegação de haver preocupações de Segurança. O fechamento da fronteira tem impactado severamente na frágil economia de Gaza.
(Com Reuters)