O presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó, denunciou nesta quinta-feira, 21, que agentes do governo de Nicolás Maduro prenderam o seu chefe de gabinete, Roberto Marrero.
“Sequestraram @ROBERTOMARRERO, meu chefe de gabinete”, escreveu Guaidó em sua conta no Twitter, detalhando que a residência de Marrero em Caracas tinha sido invadida por agentes do serviço bolivariano de inteligência pouco antes do amanhecer. “Nós não sabemos o seu paradeiro. Ele deveria ser libertado imediatamente”, completou o líder oposicionista.
No dia 23 de janeiro, Guaidó invocou a defesa da constituição venezuelana para assumir a presidência interina, sob a acusação de que a reeleição de Maduro em 2018 foi uma fraude. Ele já foi reconhecido por dezenas de países ocidentais como o líder legítimo da Venezuela mas, dentro de seu território, tem que enfrentar o amplo apoio das forças armadas à Maduro.
O ditador chavista, que lida com um colapso econômico de sua nação, já disse que considera Guaidó um “cachorrinho” dos Estados Unidos e afirmou que ele deve “enfrentar a Justiça”, apesar de nunca ter ordenado explicitamente sua prisão.
Em fevereiro, uma “turnê” do presidente autoproclamado por outros países da América do Sul foi foco de especulação sobre sua possível detenção, já que ia contra uma proibição de idas ao exterior imposta pela Suprema Corte venezuelana, aliada de Maduro. Depois de discussões sobre empecilhos para seu retorno, o atual presidente da Assembleia Nacional voltou à Venezuela pelo principal aeroporto de Caracas, sem enfrentar resistência dos oficiais de imigração.
Os Estados Unidos, a União Europeia e o Grupo de Lima, formado por quase todos os países sul-americanos, incluindo o Brasil, apoiam Guaidó. Em suas andanças no último mês ele chegou a visitar Brasília para um encontro com o presidente Jair Bolsonaro em que os dois defenderam o “reestabelecimento da democracia” na Venezuela, em que a inflação já chega aos 2.000.000% anuais.
A desvalorização da moeda local, o Bolívar, gerou uma crise econômica e social, com epidemias de fome e doenças preveníveis e uma onda de refugiados que chega a quase 3 milhões de pessoas, sobrecarregando nações vizinhas como a Colômbia e o próprio Brasil. Maduro defende que seu governo é vítima de uma “guerra econômica” liderada por seus adversários políticos e culpa as sanções dos Estados Unidos contra a PDVSA, a estatal petrolífera venezuelana, pela situação do país.
(com Reuters)