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Grécia e Reino Unido acirram guerra diplomática por esculturas do Partenon

Premiê grego, Kyriakos Mitsotakis, acusou seu homólogo britânico, Rishi Sunak, de cancelar reunião em Londres para evitar discutir devolução das obras

Por Amanda Péchy
28 nov 2023, 09h29
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  • Longa é a disputa entre Grécia e Reino Unido a respeito de uma das mais reconhecidas obras de arte do mundo. Os mármores de Elgin, esculturas de 2.500 anos de idade pertencentes ao Partenon grego, foram retiradas de Atenas por um lorde britânico no início do século XIX, quando era embaixador no Império Otomano. Hoje, as figuras estão em exposição no British Museum, mas seu país de origem demanda uma devolução há anos.

    Foi neste contexto que, nesta terça-feira, 28, o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, acusou o seu homólogo britânico, Rishi Sunak, de cancelar uma reunião em Londres que estava agendada para o mesmo dia. Segundo ele, o motivo seria evitar discutir o destino das estátuas do Partenon.

    “Expresso o meu aborrecimento pelo fato de o primeiro-ministro britânico ter cancelado a nossa reunião planejada poucas horas antes da data prevista para a sua realização”, disse Mitsotakis em comunicado.

    “As posições da Grécia sobre a questão das esculturas do Partenon são bem conhecidas. Esperava ter a oportunidade de discuti-los com o meu homólogo britânico. Quem acredita na retidão e justiça de suas posições nunca tem medo de enfrentar argumentos”, afirmou.

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    Além da pressão sobre o governo britânico, autoridades gregas também iniciaram negociações diretas com o presidente do Museu Britânico, George Osborne, sobre um possível acordo de empréstimo das esculturas.

    Em uma entrevista à emissora britânica BBC, no domingo 26, Mitsotakis queixou-se de que as tratativas sobre uma possível devolução dos mármores a Atenas não estavam avançando com rapidez suficiente. O líder grego argumentou que a exibição contínua das esculturas no British Museum era como cortar a “Mona Lisa ao meio”, defendendo que elas pertencem ao Partenon.

    Questionado sobre a declaração de Mitsotakis sobre a reunião, o gabinete de Sunak disse que a relação do Reino Unido com a Grécia era “extremamente importante” e que os dois países precisavam trabalhar juntos em desafios globais, como o combate à imigração ilegal. Além disso, o governo afirmou que o vice-primeiro-ministro britânico, Oliver Dowden, estava disponível para se encontrar com o premiê grego.

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    Anteriormente, um porta-voz de Sunak havia dito que o governo não tinha planos para devolver as esculturas, uma posição que outras gestões também sempre descartaram. O Reino Unido defende que os mármores, que incluem cerca de metade do friso de 160 metros que adornava o Partenon, foram adquiridos legalmente.

    Além disso, uma lei impede o British Museum de retirar objetos da coleção, exceto em determinadas circunstâncias. No entanto, a regulamentação não proíbe empréstimos.

    Antes do imbróglio, Mitsotakis encontrou-se com o líder da oposição do Reino Unido, Keir Starmer, do Partido Trabalhista, na segunda-feira 27, conforme planejado. Na semana passada, o jornal britânico Financial Times informou que Starmer estaria aberto a um acordo com a Grécia de empréstimo das esculturas, caso torne-se primeiro-ministro nas eleições do ano que vem. A ver.

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