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Grande operação israelense na Cisjordânia deixa ao menos 10 mortos

Ataques por terra e ar do exército de Israel teriam o objetivo de desmantelar grupos militantes na região

Por Da Redação Atualizado em 28 ago 2024, 09h38 - Publicado em 28 ago 2024, 06h53

O exército israelense realizou incursões por terra e ataques aéreos em grande escala na Cisjordânia ocupada nesta quarta-feira, 28, para, segundo os militares, desmantelar grupos militantes. De acordo com o Ministério da Saúde Palestino, ao menos 10 pessoas morreram. A ofensiva ocorre nas cidades de Jenin e Tulkarm.

Dois palestinos morreram na cidade de Jenin, quatro em bombardeio contra um carro em um município próximo e outros quatro em um campo de refugiados perto da cidade de Tubas, disse Ahmed Jibril, porta-voz da ONG Crescente Palestino, à agência de notícias AFP, que também relatou 15 feridos.

Os corpos das vítimas foram levados para hospitais, com exceção de “dois irmãos de 13 e 17 anos”, mortos em uma casa no campo de refugiados, que os serviços de emergência “não conseguiram recuperar até o momento”, explicou Jibril.

O que diz Israel

Segundo o exército, “cinco terroristas em uma sala de operações” foram mortos no campo de Nur Shams, em Tulkarm. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, sugeriu que alguns moradores da região precisariam deixar suas casas, uma vez que os militares conduziram uma operação extraordinariamente grande no território ocupado.

Segundo ele, o avanço em Jenin e Tulkarm ocorre para frustrar grupos terroristas. “Devemos lidar com a ameaça assim como lidamos com a infraestrutura terrorista em Gaza, incluindo a evacuação temporária de residentes palestinos e quaisquer medidas que sejam necessárias. Esta é uma guerra em todos os aspectos, e devemos vencê-la”, escreveu ele no X (antigo Twitter).

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“O Exército opera com todas as suas forças desde a noite nos campos de refugiados de Jenin e Tulkarem para desmantelar a infraestrutura terrorista islamista iraniana”, disse Katz.

Em uma mensagem na rede social X, Katz também acusou o Irã de desejar “estabelecer uma frente terrorista no leste, em Judeia e Samaria”, nome bíblico da Cisjordânia utilizado pelos israelenses, “seguindo o modelo de Gaza e do Líbano”, de onde o Hezbollah, grande aliado de Teerã, lança foguetes contra Israel quase diariamente desde o início da guerra em Gaza.

Na segunda-feira 26, o Exército anunciou que matou cinco palestinos em um ataque aéreo contra o campo de refugiados de Nur Shams, em Tulkarem.

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Apelos dos Hamas

Diante da ofensiva, o Hamas apelou aos palestinos na Cisjordânia para se levantarem, dizendo que os ataques são parte de um plano maior para expandir a guerra na Faixa de Gaza. Estima-se que ao menos 652 palestinos na Cisjordânia tenham sido mortos por Israel desde o começo da guerra, em 7 de outubro de 2023.

Grupos militantes palestinos disseram que estavam trocando tiros com o exército israelense. O governador de Jenin, Kamal Abu al-Rub, afirmou a uma rádio palestina que as forças israelenses cercaram a cidade, bloqueando pontos de saída e entrada e acesso a hospitais, e destruindo a infraestrutura no campo.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, interrompeu uma visita à Arábia Saudita para retornar à Cisjordânia nesta quarta-feira e “seguir a evolução da agressão israelense” no norte desse território, informou a agência oficial palestina Wafa.

Israel afirma que as operações são necessárias para desmantelar o Hamas e possíveis outros grupos militantes e para evitar ataques contra israelenses. Desde o início do conflito, após o ataque terrorista do Hamas há quase 11 meses, mais de 40 mil palestinos foram mortos por Israel. Cerca de 100 cidadãos israelenses ainda seguem sequestrados pelo grupo terrorista.

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