O governo sírio aprovou um acordo “sob condições” para o cessar-fogo na região de Idlib que, embora esteja cercada desde abril pelo regime de Bashar Assad e pela sua aliada Rússia, continua dominada pelo braço da A-Qaeda no país.
Segundo a mídia oficial do país informou nesta quinta-feira, 1, a condição imposta pelo regime sírio para o cessar-fogo é a aplicação dos termos do acordo firmado entre a Rússia e a Turquia em 2018. Moscou e Ancara concordaram com a criação de uma “zona desmilitarizada” em Idlib para separar os territórios insurgentes (apoiados pelo governo turco) daqueles controlados pelo governo sírio.
A Rússia elogiou o anúncio feito pelo governo de Assad, mas se mantém cética quanto ao respeito à trégua por parte dos insurgentes. “É pouco provável que eles parem as provocações contra as forças do governo. Mas, se isso acontecer, vamos observar qual será a evolução da situação”, declarou o enviado especial russo para a Síria, Alexandre Lavrentiev.
O acordo evitou, até o momento, uma grande ofensiva por parte de Damasco. Porém, os insurgentes se negam a deixar a região.
Há três meses, com o apoio da Força Aérea russa, o governo sírio bombardeou quase sem trégua a província de Idlib, controlada pelos extremistas do Hayat Tahrir al-Sham (HTS, ex-braço sírio da Al-Qaeda).
Em quase três meses, mais de 730 civis, incluindo mais de 180 crianças, foram mortos nos bombardeios do regime de Assad ou de seu aliado russo em Idlib. De acordo com o balanço mais recente fornecido pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos, 400.000 pessoas foram descoladas internamente por causa dos conflitos na região.
Deflagrada em 2011 após a sangrenta repressão aos manifestantes contrários ao governo, a guerra na Síria já deixou mais de 370.000 mortos e provocou o deslocamento de mais da metade de sua população.