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Governo russo aguarda ‘com impaciência’ visita de Bolsonaro a Moscou

Momento escolhido, em meio ao auge de tensões envolvendo crise na Ucrânia, vem sendo criticado

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 fev 2022, 10h10 - Publicado em 14 fev 2022, 13h34
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  • O porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov, se manifestou nesta segunda-feira, 14, sobre a visita do presidente Jair Bolsonaro ao país, que acontecerá daqui a dois dias, em meio ao ápice da crise envolvendo a Ucrânia.

    “Esperamos essa visita com impaciência”, garantiu em entrevista coletiva diária, na qual explicou que, durante a reunião junto ao presidente Vladimir Putin, serão abordadas relações bilaterais, já que existe uma “agenda bastante ampla”.

    “Também se falará de esferas potenciais em que se pode ser aprofundada e ampliada a interação”, afirmou o porta-voz, que afirmou que os dois líderes concederão uma entrevista coletiva conjunta logo depois do encontro.

    De acordo com Peskov, o diálogo russo-brasileiro será uma “boa oportunidade para trocar opiniões sobre os temas mais candentes da agenda mundial, incluindo aqueles de que falamos faz bastante tempo”, em uma referência às tensões envolvendo a Ucrânia. 

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    O momento escolhido para a viagem de Bolsonaro tem sido alvo de críticas. Especialistas alertam que, com a viagem, o presidente corre o risco de passar o recado de que o Brasil se alinha à Rússia quanto a uma eventual  invasão do território ucraniano. Os Estados Unidos são hoje o segundo principal parceiro comercial do Brasil, considerando exportações e importações. A Rússia, por sua vez, ocupa a 16ª colocação.

    A VEJA, o ex-embaixador Sergio Amaral destacou que Brasil e Rússia têm relação antiga e fazem parte do Brics, grupo que reúne ainda China, Índia e África do Sul. Em outras situações, uma missão oficial seria algo natural, mas não em meio a uma tensão que pode resultar em guerra.

    “Nesta circunstância é difícil evitar que essa visita seja interpretada como um gesto de simpatia e até solidariedade com Moscou”, destacou.

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    As preocupações se dão em meio à consolidação de forças russas perto da fronteira com a Ucrânia.  De acordo com o Ministério da Defesa ucraniano, há, atualmente, mais de 127.000 soldados russos posicionados perto de seus limites. A Rússia cercou o norte do país vizinho, onde a fronteira é mais desguarnecida, posicionando seu Exército como uma ferradura, cercando a região por três lados, em territórios de Belarus, de quem é aliada.

    O Kremlin é contra a possível adesão de Kiev à aliança militar da Otan e vem alertando que uma confirmação terá consequências graves. Segundo Putin, uma eventual adesão do país vizinho à Otan é uma ameaça não apenas à Rússia, “mas também a todos os países do mundo”. De acordo com ele, uma Ucrânia próxima ao Ocidente pode ocasionar uma guerra para recuperar a Crimeia – território anexado pelo governo russo em 2014 –, levando a um conflito armado. 

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    A Aliança e os Estados Unidos, por sua vez, afirmam que “a relação com a Ucrânia será decidida pelos 30 aliados e pela própria Ucrânia, mais ninguém” e acusa a Rússia de enviar tanques, artilharia e soldados à fronteira para preparar um ataque.

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