O governo do presidente Jair Bolsonaro liberou uma verba extra de 223,853 milhões de reais ao Ministério da Defesa na terça-feira 30. A Medida Provisória, publicada em edição extra do Diário Oficial da União, destina os recursos à assistência emergencial e ao acolhimento humanitário de venezuelanos no país. O orçamento é destinado à manutenção da Operação Acolhida, que atende aos refugiados do regime de Nicolás Maduro na fronteira com o Brasil.
A terça-feira foi marcada por tensão e confrontos na Venezuela. O opositor Juan Guaidó, autoproclamado presidente do país, convocou protestos contra Maduro e anunciou que tinha o apoio de militares. Enfrentamentos entre manifestantes da oposição e forças leais ao ditador deixaram ao menos 69 pessoas feridas. Maduro, que segue no poder, chamou o movimento de golpe e garantiu ainda ter o respaldo da cúpula das Forças Armadas da Venezuela.
O Palácio do Planalto confirmou na terça que 25 militares venezuelanos de baixa patente pediram asilo à embaixada brasileira em Caracas e foram recebidos pelo Brasil. O governo não revela, por enquanto, a identidade dos asilados. A decisão de recebê-los foi do próprio Bolsonaro.
O governo brasileiro vê a situação no país vizinho com cautela. O general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, disse a VEJA que a adesão militar e popular ao presidente autoproclamado da Venezuela não foi expressiva.