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Governo francês pode cortar redes sociais durante protestos, diz Macron

Ministros afirmam que plataformas como TikTok e Snapchat foram usadas para incitar violência no movimento de rua que surgiu após policial matar jovem

Por Da Redação
5 jul 2023, 09h04

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta quarta-feira, 5, que o governo francês deveria considerar cortar o acesso às redes sociais “quando as coisas saírem do controle” no país.

Os ministros de Macron acusam os jovens de usar plataformas como Snapchat e TikTok para encorajar violência nos protestos após a morte de um adolescente nas mãos da polícia, na semana passada, durante uma blitz em um subúrbio de Paris.

“Precisamos pensar em como os jovens usam as redes sociais. Quando as coisas saem do controle, podemos ter que regulá-las ou cortá-las”, afirmou o presidente francês em uma reunião com mais de 200 prefeitos cujos municípios foram atingidos pela violência.

“Acima de tudo, não devemos fazer isso no calor do momento e estou satisfeito por não termos feito isso”, acrescentou. “Acho que é um debate real que precisamos ter à luz do dia.”

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Críticos disseram que considerar tais medidas colocaria a França ao lado de países autoritários como China, Rússia, Irã e Coreia do Norte.

Olivier Faure, líder do Partido Socialista, twittou: “O país dos direitos do homem e dos cidadãos não pode se alinhar com as grandes democracias da China, Rússia e Irã”.

Olivier Marleix, do Les Républicains, de centro-direita, acrescentou: “Cortar as redes sociais? Como China, Irã, Coreia do Norte? Mesmo que seja uma provocação para distrair a atenção, é de muito mau gosto.”

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Na semana passada, Macron pediu às empresas de redes sociais que mostrassem um “senso de responsabilidade” e removessem postagens que mostravam ou encorajavam violência ou o saque a lojas.

Os ministros franceses se reuniram na sexta-feira com representantes do TikTok e do Snapchat. No dia seguinte, o ministro da Justiça, Éric Dupond-Moretti, sugeriu que era preciso tomar medidas para identificar e punir pessoas que usam redes sociais para organizar atos ilegais.

O governo tem lutado contra  protestos violentos desde que um policial matou Nahel M., de 17 anos, durante uma parada de trânsito em 27 de junho, reacendendo acusações de longa data de racismo sistêmico entre as forças de segurança da França.

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A violência parecia estar diminuindo na manhã desta quarta-feira, com 17 prisões em todo o país, incluindo sete em Paris, durante a noite. Dados oficiais relataram 116 incidentes de incêndio criminoso, incluindo oito edifícios e 78 veículos.

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