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Governo e oposição estabelecem acordo para diálogo na Nicarágua

Autoridades católicas e evangélicas serão testemunhas do processo de negociação; oposição exige libertação de presos políticos e reforma eleitoral

Por Da Redação
Atualizado em 6 mar 2019, 19h24 - Publicado em 6 mar 2019, 18h53
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  • Representantes da oposição e do governo da Nicarágua concordaram na madrugada desta quarta-feira, 6, com as bases de uma negociação para pôr fim à crise política no país, que já dura um ano, com auxílio da Igreja Católica e evangélicos.

    Segundo o núncio apostólico do Vaticano na Nicarágua, Waldemar Sommertag, os religiosos serão “testemunhas”, das conversas, mas não intermediarão as negociações.

    No ano passado, a Igreja Católica liderou um esforço similar, mas as conversas fracassaram depois de o governo reprimir manifestações contra o presidente Daniel Ortega de maneira violenta.

    “Foi aprovado o mapa do caminho”, anunciou o núncio em uma entrevista coletiva na sede do Instituto Centro-Americano de Administração de Empresas (INCAE), 15 km ao sul da capital, onde as negociações começaram em 27 de fevereiro.

    “Até agora, as negociações se desenvolveram em um clima de respeito mútuo e busca pelo entendimento”, disse Sommertag.

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    Como parte do acordo de negociação, as partes convidaram o núncio a continuar como “testemunha e acompanhante internacional” do diálogo, e o cardeal Leopoldo Brenes, presidente da Conferência Episcopal da Nicarágua (CEN), e o pastor Ulises Rivera, coordenador dos pastores evangélicos, como “testemunhas e acompanhantes nacionais”.

    O prazo para um acordo final é o dia 28 de março. Um dos primeiros desafios será definir quais itens estarão na agenda de negociações.

    A oposição, reunida na coalizão Aliança Cívica, exige a libertação de presos políticos e uma reforma eleitoral que antecipe as eleições presidenciais, marcadas para 2021.

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    Ortega, no poder desde 2007, acusa os manifestantes de planejar um golpe de Estado para derrubá-lo.

    As repressões aos protestos do ano passado, que começaram com a insatisfação contra uma reforma da previdência apresentada pelos sandinistas, deixaram 325 mortos, 2.000 feridos, mais de 700 detidos e milhares de exilados em países vizinhos, de acordo com organismos de defesa dos direitos humanos.

    (Com Estadão Conteúdo e AFP)

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