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Governo brasileiro pede manutenção da ‘ordem democrática’ no Paraguai

Em nota, Itamaraty afirmou que presidente Mario Abdo 'reúne todas as condições' para governar, após oposição ameaçar pedir impeachment

Por Da Redação
Atualizado em 1 ago 2019, 12h08 - Publicado em 1 ago 2019, 10h22
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  • O Ministério das Relações Exteriores advertiu nesta quinta-feira, 1º, contra a “quebra da ordem democrática” no Paraguai, após a oposição no país ameaçar entrar com um processo de impeachment contra o presidente Mario Abdo Benítez por causa da insatisfação em torno de um acordo energético com o Brasil.

    Em nota, o Itamaraty afirmou que o governo brasileiro está “convencido” de que Mario Abdo “reúne todas as condições” para continuar a governar e conduzir o desenvolvimento de seu país.

    “Ao reiterar total respeito ao processo constitucional do Paraguai, o Brasil confia em que o processo seja conduzido sem quebra da ordem democrática, em respeito aos compromissos assumidos pelo Paraguai no âmbito da cláusula democrática do Mercosul – Protocolo de Ushuaia”, afirmou a chancelaria.

    O comunicado ressalta ainda o “excelente nível do relacionamento” e a “inteira convergência de valores” atingida pelo presidente Jair Bolsonaro e Mario Abdo.

    “O Brasil espera que essa cooperação com o presidente Mario Abdo possa prosseguir, o que permitirá a plena implementação das iniciativas em curso e a consecução de novos avanços, inclusive no que tange à implementação, em benefício mútuo, dos compromissos dos dois países ao amparo do Tratado de Itaipu”, afirma o Ministério de Relações Exteriores.

    Na quarta-feira 31, partidos de oposição do Paraguai anunciaram que apresentariam um pedido de impeachment contra o presidente Mario Abdo e o vice-presidente Hugo Velázquez.

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    Políticos e parlamentares reagiram contra a assinatura do acordo energético com o Brasil, que estabelece um cronograma para a compra de energia gerada pela hidrelétrica binacional Itaipu até o ano de 2022.

    O acordo – fechado em maio, mas conhecido publicamente apenas na semana passada – elevará os custos para a empresa estatal de eletricidade do Paraguai em mais de 200 milhões de dólares, segundo o ex-diretor da entidade.

    Nesta quinta, o embaixador do Brasil no Paraguai, Carlos Alberto Simas Magalhães, assinou um documento reconhecendo a decisão paraguaia de anular a ata bilateral firmada em maio, segundo o jornal local ABC Color. 

    O processo de impeachment

    O processo de impeachment deve ser iniciado na Câmara dos Deputados, onde são necessários 53 votos para a acusação.

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    Em seu bloco, a oposição reúne apenas 38, portanto a abertura do processo depende dos votos do Honor Colorado, movimento dissidente do partido de governo liderado pelo ex-presidente Horacio Cartes. O partido já anunciou que se uniu à petição de julgamento político contra o presidente.

    Na quarta, após o anúncio da oposição, Mario Abdo desafiou os legisladores que pediram o fim do seu governo. “Aceito a briga! Por um Paraguai sem máfias!”, disse o presidente de direita em sua conta de Twitter.

    A embaixada dos Estados Unidos na capital Assunção expressou preocupação com a situação nas últimas horas de quarta-feira.

    “Esperamos que se respeitem os processos democráticos e a Constituição Nacional, tomando decisões com calma e de forma participativa, assegurando o devido processo legal, outorgando os prazos necessários às partes e considerando todas as provas”, disse o embaixador Lee McClenny no Twitter.

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