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Governo Bolsonaro espera que EUA barrem conversa sobre Amazônia no G7

Para presidente brasileiro, discutir o tema sem a presença do país seria uma violação à soberania nacional

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 24 ago 2019, 12h31 - Publicado em 24 ago 2019, 12h17
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  • Com a ligação de Donald Trump ao presidente Jair Bolsonaro, o governo brasileiro espera que os Estados Unidos indiquem, durante o G7, que só aceitarão discutir os incêndios na Amazônia com a presença e participação do Brasil. O tema, segundo interlocutores do governo brasileiro, foi tratado na conversa entre os dois presidentes. A visão é de que os EUA apoiam uma postura de soberania do Brasil – e podem se opor à intenção de líderes europeus, como o francês Emmanuel Macron, de debater o assunto no encontro.

    O governo brasileiro está seguro de que o americano, junto de outros países, vai barrar qualquer tentativa de levantar o assunto. A previsão é de que Japão e Itália endossem a necessidade de participação do Brasil em eventual discussão sobre a Amazônia.

    Trump tem se mantido em lado oposto aos europeus no debate de proteção ambiental. Ele retirou os EUA do Acordo de Paris e, em junho, durante o G20, mais uma vez se manteve isolado diante da renovação de compromisso dos demais países em tomar medidas para conter a mudança climática.

    No final de sexta-feira, Trump se pronunciou pela primeira vez sobre o assunto, em tom diferente do adotado por Macron ou pela chanceler alemã, Angela Merkel. No lugar da cobrança ao presidente brasileiro, como feito pelos europeus, Trump disse que os EUA estão dispostos a ajudar o Brasil e que a relação entre os dois países está “mais forte do que nunca”.

    Além de EUA, Japão e Itália, o Brasil conta com o Reino Unido para desempatar o debate e defender que o assunto seja discutido com a participação do Brasil. Na sexta-feira, o premiê britânico Boris Johnson, divulgou nota na qual disse estar profundamente preocupado com os incêndios e o impacto das chamas na natureza.

    Trump, segundo fontes do Planalto, defendeu a soberania do Brasil no assunto ao conversar com Bolsonaro. Desde que as queimadas na Amazônia atraíram pressão da comunidade internacional, o governo tem defendido a tese de que seria uma violação à soberania brasileira discutir o assunto no G7, sem a presença do Brasil.

    Os EUA e Israel ofereceram ajuda ao Brasil, mas, até agora, o País não fez nenhuma sinalização aos americanos. O Brasil não pretende solicitar ajuda externa. A ideia é que, se for necessário, seja coordenado o apoio entre os países da região amazônica.

    Conheça os detalhes de cada etapa da história de Ricardo Salles em mais uma edição do podcast Funcionário da Semana:

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