González continuará líder ‘claro’ mesmo no exílio, diz oposição venezuelana
Tido como real vencedor das eleições presidenciais contra Maduro, ele fugiu para a Espanha após virar alvo de mandado de prisão
Edmundo González, apontado por grande parte da comunidade internacional como verdadeiro vencedor das eleições presidenciais na Venezuela, continuará uma “voz muito clara” de liderança mesmo no exílio na Espanha, afirmou a oposição venezuelana nesta terça-feira, 10. O diplomata de 75 anos fugiu do país após tornar-se alvo de um mandado de prisão do Ministério Público por suposta conspiração e terrorismo, mas nega qualquer ilegalidade. O órgão é controlado pelo governo de Nicolás Maduro.
Em entrevista à agência de notícias Reuters, Antonio Ledezma e Leopoldo López, oposicionistas que também deixaram seu país para escapar da repressão do regime, afirmaram que González pode retornar à Venezuela para assumir a Presidência no dia da posse, 10 de janeiro de 2025. No entanto,Maduro segue alegando que venceu o pleito apesar do rechaço internacional, ignorando as mazelas do isolamento.
Viver para ser empossado
López, que foi preso em 2014 por liderar protestos contra Maduro, pediu mais sanções americanas e europeias contra o governo venezuelano e o próprio presidente, com objetivo de “cortar sua linha de oxigênio.”
Já Ledezma, um antigo líder oposicionista e ex-prefeito de Caracas, defendeu que a fuga de Gonzalez fortaleceria sua causa. Ao garantir que o colega, que não apareceu em público desde que chegou a Madri no domingo, estava “seguro”, afirmou que o mais importante “é que ele esteja vivo para que possa ser empossado em 10 de janeiro”.
“Ele será livre e poderá liderar a luta pela liberdade da Venezuela inspirando a diáspora (venezuelanos que deixaram o país)“, disse nesta terça-feira, enquanto centenas de exilados se reuniram diante do parlamento espanhol, em Madri. Entre eles, estava a filha de González, Carolina.
Moção simbólica
Deputados da Espanha debatem uma moção simbólica para reconhecer González como vencedor da eleição contra Maduro, que deve ser aprovada na quarta-feira, 11. A oposição na Venezuela e grande parte da comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, afirmam que o diplomata de 75 anos derrotou o ditador nas urnas por 67% dos votos a 31%, dados respaldados por boletins de urna que a coalizão de partidos antichavistas publicou online.
Maduro rejeitou a derrota e disse haver uma conspiração “fascista” para derrubar seu governo por meio de um golpe de Estado. O órgão eleitoral, CNE, controlado pelo regime, não divulgou os resultados desagregados para comprovar a suposta reeleição do líder bolivariano.