O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, divulgou pela primeira vez na terça-feira, 17, uma lista identificando mais 34.000 palestinos mortos por ataques israelenses desde o início da guerra com Israel, o equivalente a cerca de 80% de todas as vítimas fatais.
O documento de 649 páginas inclui nome, idade, sexo e documentos de identificação de 34.344 palestinos. A lista inclui 169 bebês nascidos após os ataques terroristas do Hamas contra comunidades israelenses em 7 de outubro do ano passado – que deram origem ao conflito – e um homem nascido em 1922, que até então havia sobrevivido a mais de um século de conflitos na região.
Não foram incluídos na lista os 7.613 palestinos mortos cujos corpos foram recebidos por hospitais e necrotérios, mas não tiveram suas identidades confirmadas.
Crianças na linha de tiro
O documento não faz distinção entre civis e combatentes do grupo palestino, mas a maioria dos mortos pode ser identificada como civil com base na idade e no gênero: 11.355 crianças, 2.955 idosos com 60 anos ou mais e 6.297 mulheres. Israel, por sua vez, afirma ter matado 17.000 militantes, mas não apresentou evidências para confirmar o dado.
Os nomes das vítimas com menos de 10 anos de idade ocupam mais de 100 páginas do documento. Os primeiros nomes de adultos aparecem apenas na página 215.
Israel contesta
As autoridades israelenses contestaram os números divulgados pelo ministério palestino, alegando que o órgão não é confiável, por ser controlado pelo Hamas. No entanto, o número de mortos apresentado por médicos e funcionários públicos em conflitos anteriores no território palestino foram confirmados por investigações posteriores das Nações Unidas.
“Infelizmente, temos a triste experiência de coincidir regularmente com o Ministério da Saúde em relação ao números de vítimas”, disse Farhan Haq, porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas. “Seus dados provaram ser geralmente precisos.”
O número oficial de mortos não inclui aqueles enterrados sob escombros de prédios destruídos ou as vítimas indiretas do conflito, como as mortes por escassez de alimentos, abrigo e assistência médica, que serão contabilizadas após o fim dos combates, segundo autoridades palestinas.
Mais de 41.000 palestinos foram mortos desde o início da guerra, depois que o Hamas matou 1.200 israelenses e levou mais de 250 pessoas como reféns para Gaza. Com o aumento da violência nas operações de Israel na Faixa de Gaza, cerca de 1,9 milhão de pessoas no enclave foram deslocadas internamente, segundo as Nações Unidas, que também alertaram para “fome generalizada” na região.