Dentre os três missionários dos Estados Unidos mortos nesta quinta-feira, 23, por membros de gangues no Haiti estava a filha e o genro do político republicano, Ben Baker. As mortes foram descobertas depois de um atraso na chegada da força de segurança multinacional encarregada de ajudar o país a controlar a mais recente onda de violência.
“Meu coração está partido em mil pedaços. Nunca senti esse tipo de dor”, escreveu Baker em seu perfil no Facebook anunciando o assassinato do casal.
Ele acrescentou que sua filha, Natalie Lloyd, e seu marido, Davy, eram missionários cristãos no Haiti e foram “atacados por gangues esta noite e ambos foram mortos. Eles foram para o céu juntos”. Eles faziam parte do Missions in Haiti e, além deles, outro membro do grupo, chamado Jude, também foi assassinado numa emboscada envolvendo “uma gangue e três caminhões cheios de homens” no momento em que saíam de uma igreja. Os três foram baleados e mortos por volta das 21h.
“Nossos corações estão com as famílias dos mortos, pois eles vivenciam uma dor inimaginável”, disse um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, acrescentando que a administração do presidente americano, Joe Biden, estava ciente dos relatos.
Ajuda militar
O assassinato dos missionários ocorreu horas depois de Biden ter manifestado otimismo em relação à crescente violência de gangues no país caribenho. A crise, que começou em fevereiro após uma insurreição coordenada pelas maiores facções haitianas, teve como marco zero a viagem do ex-premiê do Haiti, Ariel Henry, para o Quênia. Na época, ele pediu ajuda militar do país para lidar com o caos que reinava no país devido as gangues. Depois, sequer conseguiu pisar em solo haitiano, porque os criminosos tomaram o aeroporto da capital, Porto Príncipe. Ele acabou renunciando para dar início a um atrasado processo eleitoral, uma das demandas dos grupos organizados.
“Não estamos falando de um exército de mil pessoas composto por militares treinados”, disse Biden sobre as gangues haitianas. “Esta é uma crise que pode ser enfrentada.”
Os primeiros membros quenianos dessa força internacional deveriam desembarcar em Porto Príncipe nesta semana para liderar a operação, ao mesmo tempo que o presidente do Quênia, William Ruto, visitava os Estados Unidos.
Ruto também expressou confiança de que a missão militar apoiada por Washington, que ainda não chegou, poderia “quebrar a espinha dorsal das gangues e dos criminosos que infligem um sofrimento indescritível” no Haiti desde o início da insurreição criminosa.