Furacão Michael deixou ao menos 18 mortos nos EUA
Michael já se afasta da Costa do Estado da Virgínia em direção ao Atlântico como um fenômeno pós-tropical; 375.000 pessoas receberam ordens de evacuação
O furacão Michael continua gerando fortes ventos e inundações em sua passagem pelos Estados Unidos, após deixar ao menos 18 mortos e devastar o noroeste da Flórida, onde tocou terra como furacão de categoria 4. Esta foi a tempestade mais violenta a atingir o estado em muitos anos.
Segundo as autoridades locais, as vitimas fora registradas na Flórida, Carolina do Norte, Geórgia e Virgínia.
Na Geórgia, uma menina de 11 anos morreu depois que destroços caíram em cima de sua casa na última quarta-feira (10). Na Carolina do Norte duas pessoas morreram depois que uma árvore caiu sobre seu carro, elevando o número de mortos no estado para três.
Quatro vítimas foram registradas no Condado de Gadsden, a oeste de Tallahassee, e três no Condado de Jackson, ambos na Flórida.
Na Virgínia, cinco pessoas morreram, muitas delas afogadas. Um bombeiro faleceu durante as operações de resgate no estado. As autoridades locais investigam outras duas possíveis mortes, que ainda não foram confirmadas oficialmente.
“Acredito que a contagem de fatalidades irá aumentar hoje e amanhã”, disse Brock Long, chefe da Agência Federal de Gestão de Emergências, à emissora CNN. “Esperamos que não aumente dramaticamente, mas isto permanece uma possibilidade.”
O olho do Michael entrou em terra firme perto de Mexico Beach, a cerca de 30 km de Panama City, no início da tarde de quarta-feira (10) como um furacão de categoria 4 na escala de Saffir-Simpson (que vai de 1 a 5), informou o Centro Nacional de Furacões (NHC).
No início desta sexta, Michael se afastava da Costa da Virgínia em direção ao Atlântico como um fenômeno pós-tropical, também segundo o NHC.
Destruição
Sua passagem provocou grande devastação em algumas cidades no noroeste da Flórida, como Mexico Beach, Panama City e a capital Tallahassee.
Fotos e vídeos mostravam cenas de guerra, com casas flutuando no meio de ruas inundadas, algumas totalmente destruídas após terem perdido o teto. Muitas ruas estão intransitáveis e há antenas, tetos, árvores e semáforos espalhados por todos os lados.
A tempestade também provocou inundações em partes da Carolina do Norte e da Virgínia, assim como fortes ventos também na Carolina do Sul.
As equipes de busca e resgate ainda percorrem comunidades destruídas a procura de vítimas do furacão. Ao menos 2.000 homens da Guarda Nacional da Flórida colaboram com as operações de busca e resgate.
Resposta das autoridades
“É uma devastação impensável”, disse Rick Scott, o governador republicano da Flórida. “Minha maior preocupação é, obviamente, a perda de vidas. Sei que várias pessoas ficaram feridas”.
O governador pediu para a população não sair de casa: “Há cabos elétricos no chão e árvores caídas por todos os lados”. Scott havia anunciado que o furacão seria a tempestade mais destrutiva a atingir o ‘panhandle’ da Flórida em um século”. O “panhandle” é como se conhece em inglês esta faixa de terra na costa do Golfo do México.
Ao informar o presidente Donald Trump na Casa Branca, o diretor da Agência Federal de Emergências (FEMA), Brock Long, disse que Michael foi o furacão mais intenso a afetar a região noroeste da Flórida desde 1851. Em declarações à Fox News nesta quinta-feira, o presidente prometeu que “a reconstrução será rápida”. Na quarta-feira, Trump disse que viajaria a Flórida “muito em breve”.
Ao menos 970.000 pessoas estão sem eletricidade na Flórida, Geórgia, Carolina do Norte e do Sul, Alabama e Virgínia após a passagem do furacão.
O general Terrence O’Shaughnessy, comandante do Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte, disse que a rapidez com que a tempestade se formou e cresceu pegou os moradores desprevenidos. “Começou como tempestade tropical, depois aumentou para categoria 1, depois 2 e quando menos esperávamos, era um furacão de categoria 4”, disse O’Shaughnessy.
Estima-se que 375.000 pessoas de mais de 20 condados receberam ordens de evacuação, obrigatória ou voluntária. A FEMA tem mais de 3.000 pessoas na região, enquanto o governador Scott informou que acionou 3.500 agentes da Guarda Nacional.
No ano passado, uma série de furacões catastróficos atingiu o Atlântico ocidental. Os mais violentos foram o Harvey no Texas, Irma no Caribe e Flórida, e Maria, que devastou o Caribe e deixou quase 3.000 mortos no território americano de Porto Rico. A temporada de furacões do Atlântico termina em 30 de novembro.
(Com AFP e Reuters)