O furacão Ian deixou um rastro de destruição ao passar pelo estado da Flórida, no sudeste dos Estados Unidos. Autoridades calculam que pelo menos 15 pessoas morreram até o início da noite de quinta-feira 29, e estimam que o número de mortos podem aumentar conforme operações de resgate trabalham. Da Flórida, a tempestade parte para a Carolina do Sul.
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O furacão Ian havia sido rebaixado para uma tempestade tropical quando se arrastou pela península da Flórida e emergiu no Oceano Atlântico, no início da quinta-feira. No entanto, o fenômeno natural recuperou força e voltou a ser enquadrado na categoria de de furacão categoria um no início da noite, quando se moveu em direção ao estado da Carolina do Sul.
O Centro Nacional de Furacões disse que à meia-noite os ventos máximos sustentados da tempestade aumentaram para mais de 128 km/h, e os governadores da Geórgia, Carolina do Sul, Carolina do Norte e Virgínia declararam estado de emergência.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, informou na quinta-feira que pelo menos 700 resgates, a maioria por via aérea, foram realizados envolvendo a Guarda Costeira dos Estados Unidos, a Guarda Nacional e outras equipes locais de emergência.
“O tempo é essencial e temos muitas pessoas que precisamos ajudar”, disse DeSantis em entrevista coletiva pela manhã. “Eles estão concentrando seus esforços de resgate nas áreas mais atingidas”.
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Missões em áreas inundadas no sudoeste do estado resgataram moradores presos em casas submersas até cinco metros de profundidade. Mais de 2,5 milhões de casas estão sem energia em todo o estado e diversas residências sofreram danos estruturais após a passagem do furacão.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sugeriu que o fenômeno “poderia ser o furacão mais mortal da história da Flórida”, afirmando ter ouvido relatos de “uma perda substancial de vidas” na região.
Toda a costa do sudeste do país está sob alerta de furacão e um fluxo constante de veículos deixou cidades da região em busca de terrenos mais altos. As fachadas de estabelecimentos locais foram revestidas com sacos de areia para evitar inundações.
Na costa sudoeste da Flórida, moradores desesperados imploraram por resgates nas redes sociais. Quatro imigrantes tiveram que nadar até a costa depois que seu navio afundou na parte baixa de Florida Keys.
A expectativa, porém, é de que a normalidade comece a voltar gradativamente. O governador do estado atingido pelo desastre estimou que a maior parte das escolas será reaberta nesta sexta-feira, 30, ou na segunda-feira, 3.
Antes de chegar aos Estados Unidos, o furacão já havia provocado estragos em Cuba. Mais de 850.000 cubanos ficaram sem luz e cerca de 40.000 pessoas precisaram ser retiradas das áreas costeiras mais próximas do nível do mar. O desastre provocou duas mortes na ilha.