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Funeral de Alexei Navalny será realizado nesta sexta-feira, diz porta-voz

Morte de Navalny, líder da oposição na Rússia, foi comunicada em 16 de fevereiro, mas a família recebeu seu corpo somente oito dias depois

Por Da Redação
Atualizado em 7 Maio 2024, 16h55 - Publicado em 28 fev 2024, 10h59
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  • O sepultamento de Alexei Navalny, líder da oposição da Rússia, foi marcado para esta sexta-feira, dia 1º, no cemitério Borisovskoye, em Moscou, onde o ativista morava antes de ser preso em 2021. Antes do enterro, um serviço religioso será realizado em uma capela no distrito de Maryino, informou a porta-voz Kira Yarmysh no X, antigo Twitter. A morte de Navalny foi comunicada em 16 de fevereiro, mas o corpo só foi liberado à família oito dias depois. Ele estava detido em uma colônia penal no Círculo Polar Ártico quando faleceu.

    “O velório de Alexei acontecerá na Igreja do Ícone da Mãe de Deus ‘Apague Minhas Dores’ em Maryino no dia 1º de março às 14h. Chegue cedo. O funeral acontecerá no Cemitério Borisov”, anunciou.

    Na véspera ao comunicado sobre o funeral, Yarmysh publicou nas redes que ainda estavam a procura de um local para realizar a despedida. Ela explicou que a busca havia se transformado em uma epopeia devido à suposta interferência do governo russo. A porta-voz alegou que a equipe ligou “para a maioria das agências funerárias públicas e privadas, locais comerciais e casas funerárias”, mas todas deram respostas negativas assim que o nome de Navalny era mencionado.

    “Num determinado local, fomos informados de que as agências funerárias estavam proibidas de trabalhar conosco”, escreveu ela.

    + Alexei Navalny: quem era o rival político de Putin morto na prisão

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    Traslado do corpo

    A mãe do ativista, Lyudmila Navalnaya, viajou até um necrotério na Sibéria na última quarta-feira 22 para reconhecimento do filho e disse ter sido alvo de pressões para que realizasse um funeral “privado”. Caso o contrário, “fariam alguma coisa com o corpo”, alegou. A viúva Yulia Navalnaya, por sua vez, acusa o presidente da Rússia de ter matado seu marido. Enquanto o corpo não era transportado, ela também afirmou que o Kremlin estava fazendo os restos mortais de Navalny “de refém”.

    Em discurso ao Parlamento Europeu, realizado nesta quarta-feira, Yulia renovou as queixas contra o líder russo e o acusou de comandar uma “organização criminosa”. Ela também disse que Putin deve “responder pelo que fez” na Rússia e na Ucrânia, bem como “responder por tudo o que fez a Alexei”. 

    “O funeral ocorrerá depois de amanhã e ainda não tenho a certeza se será pacífico ou se a polícia irá prender aqueles que vieram dizer adeus ao meu marido”, disse Yulia em Estrasburgo, onde foi aplaudida de pé.

    Em 2020, Navalny foi envenenado por agentes russos, com uma substância neurotóxica característica da era soviética, o novichok. Ele foi transferido para a Alemanha para receber atendimento médico, entrou em coma por intoxicação, mas se recuperou meses depois e decidiu retornar à sua terra natal, onde foi preso por “fraude” e “extremismo”. Entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano, o homem de 47 anos desapareceu no sistema penal russo por 20 dias, aumentando os receios da sua equipe. Reapareceu, doente e magro, na prisão no Ártico, onde faleceu neste mês.

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