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Frio extremo nos Estados Unidos já deixou 21 mortos

Expectativa dos meteorologistas é de que clima melhore a partir desta sexta-feira; Chicago tem mínima de -13 graus

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 19h56 - Publicado em 1 fev 2019, 10h38
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  • As baixíssimas temperaturas que atingiram os Estados Unidos nesta semana já deixaram 21 mortos em todo o país, segundo as autoridades locais.

    O clima obrigou o cancelamento de voos e viagens de trem, além do fechamento de escolas e a paralisação dos serviços de correio em diversos estados. Chicago, onde a sensação térmica é mais fria do que em partes do Alasca, virou um deserto de gelo.

    A onda de frio registrou seu ápice em Ponsford, Minnesota, onde na tarde de terça-feira 29, o Serviço Nacional do Tempo (NWS) registrou sensação térmica de -54 graus. Já nesta quinta-feira, 31, a temperatura mais baixa registrada pelo NWS foi em Shooks, também no estado, de -44 graus.

    A expectativa dos meteorologistas é de que o frio diminua a partir desta sexta-feira, 1º. Nesta manhã em Saint Paul, capital de Minnesota, foram registrados -17 graus. Em Chicago, a mínima esperada para hoje é de -13 graus.

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    Mortes

    A onda de frio causou óbitos nos estados do Michigan, Illinois, Wisconsin, Iowa, Indiana e Nova York, de acordo com a imprensa americana.

    A Universidade de Iowa comunicou o falecimento de um de seus estudantes, Gerald Belz, na quarta-feira 30. O jovem de 18 anos foi encontrado morto no campus da instituição, provavelmente devido às baixas temperaturas.

    Entre as outras vítimas estão quatro homens que foram encontrados mortos em áreas próximas a suas casas em Illinois, Wisconsin e Michigan e seis pessoas que morreram em acidentes de trânsito relacionados com a neve em Iowa.

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    No sábado 26, um jovem de 22 anos morreu em frente à sua casa em Rochester, Minnesota. Segundo a emissora CNN, ele chegou ao local de carona, mas não tinha chaves para entrar e enfrentou temperaturas abaixo de zero.

    Uma mulher também foi encontrada morta em seu apartamento em Milwaukee, Wisconsin, depois que seu aquecedor parou de funcionar.

    O frio intenso é provocado por um fenômeno conhecido como vórtice polar, ciclones formados nos polos e que ganham força no inverno. Ocasionalmente, esse sistema polar de baixa pressão pode se distorcer e espalhar ar frio, atingindo países como Canadá e Estados Unidos.

    Novos hábitos

    Mas se engana quem pensar que para evitar os problemas do frio basta usar as roupas adequadas ou se manter em casa, com a calefação ligada.

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    Diante das condições extremas, o Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos alertou que mais do que cinco minutos com as extremidades do corpo expostas ao ar livre pode resultar em necrose. O fenômeno é chamado de “frostbite“.

    O Serviço também ligou o alerta de um “voto de silêncio” pelo bem dos pulmões, primeiras vítimas do clima frio e seco que tomou o país. “O ar seco e gelado pode irritar os pulmões, causar falta de ar, e servir de gatilho para ataques de asma e outras doenças respiratórias relacionadas”, afirmou em comunicado a Associação Americana de Pulmão.

    Além de não poderem andar livremente sob o risco de sofrerem queimaduras ou até mesmo necroses nas pontas do dedo ou do nariz, os americanos estão tendo de enfrentar em seu cotidiano vários outros obstáculos causados pelo frio.

    Segundo relatos dos Estados de Illinois, Wisconsin e Michigan, mesmo as janelas preparadas para o inverno não conseguiram manter a temperatura quente.

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    Emily Yao, de 32 anos, disse que este é o inverno mais frio que já enfrentou em Chicago. O que mudou na rotina dela? “Tudo”, diz Emily. “Estou trabalhando de casa. O resto, suspendi.”

    “Tive de prestar atenção em coisas que não faço normalmente”, afirma Emily. “Uma delas é garantir sempre um pouco de água correndo na pia para evitar o congelamento da tubulação.”

    Os termômetros em Chicago chegaram a marcar -29 graus nesta semana, batendo o recorde de -27 graus de 1985. Em Washington, a mínima chegou a 14 graus negativos, ameno perto do que cidades do norte enfrentam.

    Mesmo assim, escolas passaram a funcionar com horário reduzido, encerrando as atividades mais cedo. Por isso, os trabalhadores também diminuíram a jornada de trabalho.

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    O brasileiro Gustavo Cunha se mudou para Chicago no dia 10. Para sair de casa na quarta-feira 30, ele vestiu três calças, três jaquetas e a bota impermeável para conseguir chegar às aulas do curso de administração. Lá, Cunha descobriu que as aulas haviam sido suspensas.

    “A cidade está morta. Museus, escolas, órgãos do governo fecharam”, diz. A emissão de sua carteira de habilitação também vai ter de esperar. “O que achei mais inusitado é encontrar o sol lá fora, apesar de estar com sensação térmica de -36 graus”, conta Cunha, que é do Acre, mas morava em São Paulo.

    (Com Estadão Conteúdo)

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