A Assembleia Nacional da França baniu temporariamente Grégoire de Fournas, parlamentar de extrema direita, nesta sexta-feira, 4, por um ataque racista contra um membro da câmara baixa.
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O congressista do partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional gritou “volte para a África” durante o discurso de Carlos Martens Bilongo na sessão de quinta-feira 3 do Parlamento francês.
O legislador negro, representante do partido de extrema esquerda França Insubmissa, estava pedindo ajuda para várias centenas de imigrantes africanos resgatados do mar Mediterrâneo, quando foi interrompido por Fournas.
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Em meio ao caos que se sucedeu, Yaël Braun-Pivet, presidente da Assembleia Nacional, foi obrigado a suspender temporariamente a sessão.
Bilongo e seu partido descreveram o grito como um ataque pessoal racista, embora o partido de Fournas tenha argumentado que a interjeição foi destinada aos imigrantes em questão.
“Hoje, algumas pessoas mais uma vez colocam minha cor de pele no centro de um debate. Nasci na França e sou um legislador francês e não pensei que hoje seria insultado assim na Assembleia Nacional”, disse a repórteres após o incidente.
Responsáveis pelas transcrições da sessão do Parlamento alegaram que a frase proferida foi: “Ele deveria voltar para a África”. Se for o caso, a injúria racial estaria comprovada. O político foi proibido de comparecer às sessões parlamentares por 15 dias.
Além disso, Fournas perderá metade de seu salário de deputado por dois meses – a sanção mais severa disponível para a casa. Ele pediu desculpas a Bilongo por “qualquer mal-entendido”, mas rejeitou os pedidos de renúncia ao cargo.
A primeira-ministra da França, Elisabeth Borne, condenou a atitude do parlamentar. “O racismo não tem lugar em nossa democracia”, disse a premiê francesa.
Já Marine Le Pen, ex-candidata à presidência e líder do partido de Fournas, expressou apoio ao deputado em seu perfil no Twitter.
“Grégoire de Fournas obviamente falou sobre os migrantes transportados em barcos pelas ONGs que nosso colega mencionou em sua pergunta ao governo. A polêmica criada por nossos adversários políticos é grosseira e não enganará os franceses”, escreveu ela.