França acusa Rússia de tentativa de espionagem de satélite em 2017
Ministra de Defesa francesa afirmou que satélite russo também tentou atacar alvos de outros países
A ministra de Defesa da França, Florence Parly, acusou nesta sexta-feira, 7, a Rússia de tentar espionar um dos satélites de seu país no ano passado, um comportamento que qualificou como “hostil”.
Durante visita ao Centro Nacional de Estudos Espaciais de Toulouse, no sul do país, Parly relatou que o satélite russo Louch-Olymp se aproximou “demais” do francês Athena-Fidus, usado para comunicações militares.
“Se aproximou tanto que pensamos que queria captar nossas comunicações”, afirmou a ministra, garantindo que, na ocasião, as autoridades francesas tomaram as medidas necessárias para evitar a espionagem.
“Nós o vimos se aproximar e tomamos as medidas necessárias. Observamos com atenção e constatamos que ele continuou a manobrar ativamente nos meses seguintes em direção a outros alvos, mas amanhã, quem nos garante que ele não voltará a um de nossos satélites?”, questionou.
Parly acrescentou que “tentar escutar seus vizinhos não só é hostil, é um ato espionagem”. “Este satélite orelhudo se chama Louch-Olymp, é um satélite russo bem conhecido, mas um pouco… indiscreto”, continuou ela.
A ministra garantiu ainda que a França não está imune a espionagem ou atos ofensivos e ressaltou que “outras grandes potências espaciais deslocam objetos intrigantes, experimentam capacidades potencialmente ofensivas e realizam manobras que não deixam lugar a dúvida de sua vocação agressiva”.
O presidente Emmanuel Macron deve divulgar no ano que vem os novos planos da França para “a estratégia de defesa no espaço”, segundo Parly. “Estamos em risco. Nossas comunicações, nossas manobras militares e nossas operações diárias estão em risco se não reagirmos”, disse.
Os Estados Unidos denunciaram recentemente “o comportamento muito anormal de um objeto espacial” colocado em órbita pela Rússia em outubro de 2017, acusando Moscou de tentar atacar satélites de outras nações.
(Com AFP e EFE)