O FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, anunciou nesta quinta-feira, 13, a prisão de um militar suspeito de vazar mais de cem documentos secretos do Pentágono. O acusado foi identificado como Jack Teixeira, de 21 anos, da Guarda Aérea de Massachusetts.
De acordo com o secretário de Justiça dos EUA, Merrick Garland, Teixeira estaria ligado a “uma investigação sobre suposta remoção, retenção e transmissão não autorizada de informações classificadas de defesa nacional”.
“Agentes do FBI levaram Teixeira sob custódia no início desta tarde sem incidentes”, afirmou Garland a repórteres em uma breve coletiva de imprensa no Departamento de Justiça. “Esta investigação está em andamento”.
De acordo com uma postagem na página oficial da 102º ala de inteligência no Facebook, Teixeira foi promovido a aviador de 1ª classe em julho. Até o momento a unidade não se pronunciou.
O FBI também comunicou que os agentes estão fazendo uma prisão e realizavam “atividades policiais autorizadas em uma residência em North Dighton, Massachusetts”. Em vídeos veiculados na mídia americana é possível ver policiais armados acompanhando um jovem de cabeça curvada para um carro.
Jack Teixeira, who was arrested by the FBI and accused of distributing classified documents, was stationed at Fort Bragg, according to the Wall Street Journal.
Fort Bragg is the headquarters of the Special Forces, as well as the top-secret Joint Special Operations Command, the… pic.twitter.com/AkqwQyigA8— Victor vicktop55 (@vicktop55) April 13, 2023
Os documentos vazados incluem detalhes sobre como os Estados Unidos espionam amigos e inimigos, bem como informações sobre os exércitos da Ucrânia e da Rússia. As informações foram publicadas no mês passado em redes sociais, como Twitter e Telegram, e vieram à tona devido a investigações jornalísticas na sexta-feira 7.
De acordo com investigações, os documentos foram compartilhados inicialmente na plataforma de bate-papo do Discord supostamente em meados de janeiro em um servidor chamado “Thug Shaker Central”. Segundo o The New York Times, Teixeira liderava o grupo do Discord. O servidor tinha cerca de 20 a 30 pessoas que compartilhavam seu amor por armas, videogames e faziam piadas racistas.
O Departamento de Defesa encaminhou o assunto ao Departamento de Justiça, que abriu uma investigação criminal formal na semana passada. É provável que o número de documentos vazados ultrapasse 100 arquivos.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que está na Irlanda, afirmou que não está preocupado com o vazamento, mas sim que houve uma divulgação imprópria das informações confidenciais.
“Há uma investigação completa acontecendo, como vocês sabem, com a comunidade de inteligência e o Departamento de Justiça, e eles estão chegando perto, mas não tenho uma resposta”, comentou Biden a repórteres.