A rede social Facebook informou nesta quinta-feira (11) que deletou 559 páginas e 251 perfis que disseminavam desinformação e spam na plataforma, a maioria sobre assuntos políticos. A decisão foi tomada a menos de um mês das eleições legislativas dos Estados Unidos. De acordo com o jornal The New York Times, as contas eram administradas por americanos.
Segundo o Facebook, essas pessoas usavam estratégias como criar perfis falsos e multiplicar contas com o mesmo nome para gerar mais tráfego na rede. O objetivo seria aumentar os números de curtidas e de compartilhamentos, de forma a inflar artificialmente o engajamento e a popularidade da plataforma.
Com isso, essas contas infringiram as políticas da plataforma contra conteúdo e spam “não autênticos”. A empresa disse que foi o comportamento das contas — e não o conteúdo delas — que motivou a remoção. Apesar de fazer referência ao aumento de perfis e páginas que disseminam “conteúdo político sensacionalista”, o Facebook não admite que esse foi o motivo da ação.
As contas deletadas nesta quinta-feira estão “cada vez mais” promovendo um conteúdo político e que “muitas vezes não dá para diferenciá-las de um debate político legítimo”, completou a empresa.
“Esses comportamentos têm tipicamente uma motivação financeira, não política”, disse a empresa. O Facebook afirmou também que os comportamentos caça-cliques tradicionalmente apareciam em assuntos como desastres naturais ou fofocas de celebridades. Mas hoje, a busca por audiência usa bastante os conteúdos políticos.
O Facebook vem sendo duramente criticado por permitir a interferência política nas eleições de 2016 dos Estados Unidos. A consultoria Cambridge Analytica usou dados pessoais de 87 milhões de usuários da rede social em sua tentativa de manipular aquelas eleições. Depois desse episódio, o Facebook vem tomando medidas para evitar que o problema se repita.
Em outras ocasiões, o Facebook deletou centenas de páginas falsas que disseminavam desinformação sobre política em países como o Rússia e Irã. No Brasil, em julho deste ano, a empresa retirou do ar uma rede de 196 páginas e 87 perfis pessoais depois que uma investigação detectou contas abertas com identidades falsas.
(Com Estadão Conteúdo)