Exército de Israel pede que civis deixem zonas humanitárias no sul de Gaza
Bombardeios e ataques aéreos israelenses em Khan Younis deixaram pelo menos 49 pessoas mortas após a ordem de retirada
O exército israelense distribuiu folhetos nesta segunda-feira, 22, ordenando que os civis palestinos deixem vários bairros da cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, incluindo zonas designadas de segurança humanitária.
Pelo menos 49 pessoas foram mortas e outras 186 ficaram feridas em bombardeios e ataques aéreos israelenses em Khan Younis e arredores após a ordem de retirada, disse Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. A defesa civil no território estimou que 400 mil palestinos que estão abrigados na cidade foram afetados pela ofensiva e dezenas de famílias já começaram a deixar a área.
Os militares israelenses afirmaram que a operação tem como alvo militantes do Hamas em Khan Younis e em parte da cidade de Al Mawasi, que supostamente usaram as áreas para lançar foguetes contra Israel. Eles acrescentaram que estão ajustando os limites da zona humanitária designada em Al Mawasi para evitar que a população civil seja atingida pelos combates.
Bombardeios israelenses
Uma série de bombardeios começaram logo após as forças israelenses emitirem a ordem de retirada, informou a agência de notícias local Wafa. Diversos feridos foram levados o Complexo Médico Nasser, o maior hospital de Khan Younis.
O chefe da agência das Nações Unidas para refugiados palestinos (Unrwa), Philippe Lazzarini, afirmou que os militares israelenses dispararam diversas vezes contra um comboio da organização que se dirigia à Cidade de Gaza na segunda-feira. “Embora não haja vítimas, nossas equipes tiveram que se abaixar e se proteger… As equipes estavam viajando em carros blindados da ONU claramente identificados e usando coletes da ONU”, ele disse, acrescentando que o veículo havia informado o exército israelense sobre seu trajeto.
Após a ordem de retirada, os Serviços Civis de Emergência de Gaza afirmaram que Israel reduziu as áreas designadas humanitárias nas zonas sul e central de Gaza, onde 1,7 milhão de pessoas estavam abrigadas, de 65 km² para 48 km². As Nações Unidas, os palestinos e as agências internacionais de ajuda humanitária disseram que não há mais lugar seguro em Gaza.