O ex-vice-presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, tomará posse como presidente do país na sexta-feira, afirmou a emissora estatal ZBC nesta quarta-feira. A posse dará fim a 37 anos de governo de Robert Mugabe, que renunciou ao cargo na última terça.
Mnangagwa, que fugiu do país por temer por sua segurança depois que Mugabe o demitiu há duas semanas, aterrissará na base aérea de Manyame, em Harare, nesta quarta-feira, às 18 horas (14h, no horário de Brasília), disse a ZBC.
Mnangagwa era vice-presidente de Mugabe e foi seu braço-direito durante muitos anos, principalmente no início do governo. Uma crise política se iniciou quando Mugabe demitiu Mnangagwa e o mesmo fugiu para a África do Sul. A acusação era que de Mugabe havia demitido seu vice para que sua esposa, Grace, pudesse ocupar a presidência.
A demissão levou o Exército a tomar o poder e condenar Mugabe a prisão domiciliar. De seu exílio, Mnangagwa emitiu uma carta pedindo a renúncia do então presidente e convidando a população a pedir o mesmo. Seu partido, o União Nacional Africana do Zimbábue – Frente Patriótica (Zanu-PF, na sigla em inglês) também aconselhou a renúncia, caso contrário seria aberto um processo de impeachment. Mugabe inicialmente se recusou a renunciar.
A notícia de que ele havia decidido renunciar veio durante o processo de impeachment iniciado no parlamento. Por meio de uma carta, Mugabe anunciou que renunciava voluntariamente para garantir uma transferência de poder suave e pacífica.
Um porta-voz do Zanu-PF anunciou então que Emmerson Mnangagwa assumiria o poder do país até as próximas eleições, que devem acontecer em setembro de 2018.
A queda do líder de 93 anos foi repentina para um homem antes festejado em toda a África como um herói libertador por conduzir sua nação à independência do Reino Unido, em 1980, após uma guerra.
Nesta terça, porém, multidões comemoraram nas ruas de Harare a notícia de que a era Mugabe havia finalmente terminado. Algumas pessoas exibiam pôsteres de Mnangagwa e do chefe do Exército, general Constantino Chiwenga.
(Com Reuters)