A ex-primeira-ministra da Finlândia Sanna Marin, de 37 anos, disse nesta quinta-feira, 7, que vai deixar o Parlamento finlandês e a vida política. Ela passa a ser “conselheira estratégica” do Instituto Tony Blair para Mudança Global, uma organização sem fins lucrativos sediada em Londres.
“A tarefa é ser conselheira de diferentes países, governos e líderes em questões políticas que me são familiares, como boa governança, tecnologia, clima, igualdade de gênero e outras questões com as quais tive de trabalhar”, disse Marin para o jornal finlandês Hufvudstadsbladet.
A líder de centro-esquerda se tornou em 2019 a primeira-ministra mais jovem do mundo, com 34 anos. Além de polêmicas envolvendo sua vida pessoal, ela se notabilizou pelo forte apoio à Ucrânia e pela condução do país durante a pandemia de Covid-19.
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Ainda sob o comando de Marin, a Finlândia desagradou o presidente russo, Vladimir Putin, ao se tornar o 31° país a integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a principal aliança militar ocidental. Com 1.300 km de fronteira com a Rússia, o país abandonou a neutralidade histórica que adotava desde o pós-guerra.
No início do mês, a ex-premiê finlandesa também deixou o cargo de chefe do Partido Social Democrata. A mudança de rumo ocorre em meio à ascensão da extrema-direita no país. O partido de Marin ficou em terceiro lugar nas eleições de abril, derrotado pelo principal partido conservador da Finlândia e pelos populistas de direita.
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Ela acredita que o desempenho da nova função pode beneficiar seus eleitores e todo povo finlandês. “É hora de seguir em frente”, disse à emissora YLE.
A determinação de Marin em desfrutar de uma vida social, em paralelo ao importante cargo, também ganhou as manchetes. Apoiadores aclamaram-na como uma estrela em ascensão da centro-esquerda e modelo para uma nova geração de jovens líderes femininas. Críticos, por outro lado, dizem que seu comportamento era inapropriado.
No ano passado, Marin viralizou nas redes sociais depois que surgiram fotos e vídeos dela bebendo e dançando com amigos. A premiê foi forçada a se desculpar e fez um teste de drogas para provar que não se envolveu em nada ilícito, mas também defendeu seu “direito de festejar”.