Autoridades de saúde de Nova York registraram na quinta-feira, 21, o primeiro caso de poliomielite do Estados Unidos em quase uma década. O último caso conhecido do vírus altamente contagioso ocorreu em 2013.
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Segundo informações oficiais, o jovem adulto infectado é um morador do condado de Rockland e teria desenvolvido paralisia muscular, um dos efeitos possíveis da doença. Nos casos mais graves, a poliomielite pode causar incapacidade permanente e morte.
As autoridades dizem que a pessoa não foi vacinada e provavelmente foi exposta a um indivíduo que recebeu uma vacina que contém o vírus vivo enfraquecido, provavelmente no exterior.
Enquanto os Estados Unidos usam vacinas feitas com uma versão inativada do vírus, alguns países administram oralmente fórmulas que contém a forma viva enfraquecida do microorganismo. Esse vírus enfraquecido pode, em casos raros, sofrer mutações e arriscar um novo surto.
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Os cidadãos estadunidenses geralmente são vacinados com um regime de três ou quatro doses que começa aos dois meses de idade. Cerca de 93% das crianças receberam pelo menos três doses da vacina contra pólio, de acordo com dados de vacinação dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.
Antes temida em todo o país, a doença foi amplamente erradicada por uma campanha nacional de vacinação que começou em 1955.
Como efeito, os casos anuais caíram rapidamente de 100 na década de 1960 para menos de 10 na década de 1970. Assim, os Estados Unidos foram declarados livres da pólio em 1979.
Nas décadas seguintes, casos isolados de infecção por pólio foram trazidos para o país por viajantes estrangeiros.
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Como o paciente do condado de Rockland, o último caso de poliomielite relatado nos Estados Unidos – uma criança de sete meses que se mudou da Índia para o estado do Texas em 2013 – foi uma cepa derivada da vacina.
A notícia levou as autoridades locais a mobilizar ações de imunização em clínicas de vacinação no estado de Nova York para esta sexta, 22, e segunda-feira, 25.
“Queremos vacina nos braços daqueles que precisam”, disse a comissária de saúde local, Patricia Schnabel Ruppert, em entrevista coletiva na quinta-feira.
A pólio é endêmica no Afeganistão e no Paquistão, mas também foi relatada recentemente em outras partes do mundo.
No mês passado, autoridades de saúde do Reino Unido pediram aos pais que vacinassem seus filhos, alertando que o vírus havia sido encontrado em amostras de esgoto de Londres, após 40 anos do último registro da doença no país.
A situação é especialmente preocupante na capital britânica, que tem uma das piores taxas de vacinação do país, com cerca de um terço das crianças não recebendo a primeira vacina aos 12 meses de idade e quase um quarto perdendo outra dose aos 24 meses.