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EUA: provas de Israel sobre programa do Irã são reais e autênticas

Governo iraniano diz que denúncia é "propaganda ridícula", mentirosa e uma "série repetitiva de julgamentos não profissionais e vergonhosos"

Por Da Redação
1 Maio 2018, 12h09
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  • O governo dos Estados Unidos afirmou que os documentos sobre um suposto programa nuclear secreto do Irã,revelados na segunda-feira pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, são “reais” e “autênticos”.

    “Eu sei que há gente que diz que estes documentos não são autênticos. Posso confirmar que estes documentos são reais; são autênticos”, disse o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, a jornalistas durante o retorno de sua primeira viagem internacional.

    Netanyahu apresentou na segunda-feira supostos documentos originais obtidos pelos serviços de inteligência que revelariam um arquivo secreto iraniano. Segundo ele, o arquivo estaria escondido em um depósito no distrito de Shorabad, sul de Teerã.

    O primeiro-ministro israelense afirmou que o Irã manteve secretamente o material sobre esse programa nuclear, chamado Projeto Amad, “para usá-lo sempre que quiser desenvolver armas nucleares”.

    Pompeo se reuniu com Netanyahu, no último domingo, em um quartel militar de Israel e foi informado sobre o material que seria divulgado enquanto estivesse retornando a  Washington.

    “Sabemos sobre esse material há algum tempo e, certamente, discutimos esse material ontem, quando estávamos juntos”, disse Pompeo a repórteres, no avião. “O que isso significa é que o acordo não foi construído sobre uma base de boa fé ou transparência. Foi construído sobre as mentiras do Irã”.

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    Teerã “mentiu repetidamente para a Agência Internacional de Energia Atômica” e “mentiu sobre seu programa aos seis países com os quais negociou” o acordo nuclear de 2015, afirmou o ex-diretor da CIA em comunicado posterior.

    Pompeo anunciou que, nos próximos dias, estará em contato com os ministros dos países europeus que assinaram o acordo com o Irã (Alemanha, França e Reino Unido) para discutir a melhor maneira de lidar com os documentos de Israel.

    O presidente Donald Trump planeja anunciar até 12 de maio a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã, assinado 2015 por seu antecessor, Barack Obama, ao lado da Alemanha, França, China, Rússia e Reino Unido. O acordo tinha como principal objetivo encerrar o programa atômico militar iraniano em troca do fim das sanções econômicas americanas e europeias a Teerã.

    Muito crítico a esse acordo, Trump afirmou que a situação “não é aceitável”. “O que aprendemos hoje sobre o Irã demonstra realmente que eu tinha 100% de razão”, disse.

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    “Propaganda ridícula”

    O governo do Irã denunciou nesta terça-feira (1º) a “propaganda ridícula” do primeiro-ministro de Israel e afirmou que as revelações sobre o suposto programa nuclear secreto só buscam apresentar ao Irã como uma ameaça.

    “Os líderes do regime sionista de Israel veem sua sobrevivência no uso de charlatanismo, para mostrar-nos a outros países como uma ameaça”, ressaltou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Bahram Qasemi, por meio de comunicado.

    O porta-voz insistiu que as declarações de Netanyahu são as mais recentes de “uma série repetitiva de julgamentos não profissionais e vergonhosos e de esforços infrutíferos de um mentiroso escandaloso”.

    Logo após a apresentação de Netanyahu, o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, criticou pelo Twitter as “supostas revelações de inteligência”, que afirmou favorecer ao presidente americano. “Que conveniente. Trump está saltando sobre uma repetição de velhas acusações já tratadas pelo AIEA para acabar com o pacto”, afirmou Zarif.

    A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) ratificou que Teerã estava cumprindo seus compromissos, mas Trump está pressionando seus parceiros europeus para negociar um pacto suplementar que imponha novas restrições ao Irã. Esse novo acordo buscaria bloquear a atividade nuclear de Teerã “a longo prazo” e limitar tanto seu sistema de mísseis balísticos, como sua influência na região.

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    (Com EFE e AFP)

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