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EUA ordenam fechamento de consulado da China em Houston

Pequim prometeu retaliar caso Washington não recue em suas "provocações"; relação entre as duas potências está cada vez mais tensa

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 jul 2020, 09h14 - Publicado em 22 jul 2020, 08h41
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  • A relação entre China e Estados Unidos se torna cada vez mais tensa, em meio a acusações de espionagem e desentendimentos sobre direitos humanos e segurança nacional. Nesta quarta-feira, 22, Washington agravou ainda mais a situação ao ordenar de forma abrupta o fechamento do consulado chinês em Houston, no Texas. Segundo afirmou uma porta-voz do Departamento de Estado, a decisão foi tomada “para proteger a propriedade intelectual americana e as informações privadas dos americanos”.

    “A Convenção de Viena diz que os diplomatas de Estado devem ‘respeitar as leis e as regras do país anfitrião’ e ‘têm o dever de não interferir nos assuntos internos desse Estado'”, afirmou a porta-voz Morgan Ortagus, durante visita do secretário de Estado americano, Mike Pompeo, a Copenhague.

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    A decisão tem como pano de fundo as tensões crescentes entre os dois países em várias frentes: a polêmica lei sobre a segurança nacional em Hong Kong, as acusações de espionagem contra a China e a situação humanitária na região de Xinjiang (ao noroeste da China), onde vive a minoria muçulmana uigur.

    “Os Estados Unidos não vão tolerar qualquer violação da nossa soberania, nem intimidação do nosso povo por parte da China, como tampouco toleramos as práticas comerciais injustas, o roubo dos empregos americanos e outros comportamentos. O presidente Trump insiste na justiça e na reciprocidade em nossas relações com a China”, acrescentou a porta-voz, em uma declaração à imprensa.

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    A China tem cinco consulados nos Estados Unidos. O de Houston foi aberto em 1979. Segundo jornais locais, os bombeiros foram acionados e foram ao consulado na terça-feira à noite porque documentos estavam sendo queimados no pátio do edifício. No Twitter, a polícia local disse que se via fumaça, mas que as forças da ordem “não receberam autorização para entrar” no prédio.

    Reação chinesa

    As autoridades chinesas denunciaram a decisão, a qual classificaram de “provocação política” que prejudicará as relações diplomáticas bilaterais. “É uma provocação política (…) que viola gravemente o direito internacional”, denunciou o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin.

    “A China condena esta decisão escandalosa e injustificada”, disse Wenbin, pedindo que Washington recue, em caso contrário, Pequim responderá da maneira “adequada”.

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    As autoridades chinesas acusaram os Estados Unidos de “calúnias”, depois que dois cidadãos do gigante asiática foram indiciados por ciberataques a empresas envolvidas na busca de uma vacina contra o novo coronavírus. O Departamento americano de Justiça anunciou ontem a acusação contra Li Xiaoyu, de 34 anos, e Dong Jiazhi, de 33, “dois hackers chineses (que) trabalhavam com o Ministério chinês da Segurança”.

    Pequim refutou as acusações. “O governo chinês é um fervoroso defensor da segurança cibernética e sempre se opôs a ataques cibernéticos”, acrescentou o porta-voz, exortando Washington a “acabar com essas calúnias e difamações” contra a China.

    Segundo as autoridades americanas, os dois hackers se conheceram durante seus estudos de engenharia e roubaram segredos industriais avaliados em milhares de dólares ao longo de dez anos. Recentemente, teriam tomado como alvo empresas da Califórnia que trabalham na busca de uma vacina e de um tratamento para o novo coronavírus, de acordo com o promotor federal responsável pelo caso, William Hyslop. Li e Dong não foram detidos e estariam na China hoje.

    O governo do presidente Donald Trump mantém há meses um tom muito crítico em relação às autoridades chinesas, as quais acusa de terem escondido a magnitude da propagação da Covid-19 desde o surgimento da doença no centro do país, no final de 2019.

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    (Com AFP)

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