O secretário de Estado americano, Antony Blinken, reiterou nesta sexta-feira, 4, sua rejeição a que a Otan ajude a impor uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia, uma vez que, segundo destacou, os aliados têm a responsabilidade de garantir que a guerra iniciada pela Rússia “não se espalhe” para fora desse país.
“Embora façamos todo o possível para dar aos ucranianos meios de se defenderem, temos a responsabilidade de garantir que a guerra não se espalhe além da Ucrânia”, disse Blinken em entrevista coletiva após participar de uma reunião ministerial da Otan.
Blinken seguiu assim a mesma linha do secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, que hoje também rejeitou a contribuição da Aliança para a zona de exclusão aérea solicitada por Kiev.
A única maneira de implementar tal zona de exclusão aérea, ressaltou Blinken, seria “enviar aviões da Otan para abater aviões russos”.
“Isso pode nos levar à guerra com a Rússia. Não vamos entrar em guerra com a Rússia, mas vamos dar aos ucranianos métodos para se defenderem”, completou.
O posicionamento contraria os apelos do presidente Zelensky para que as nações ocidentais “fechem os céus” da Ucrânia.
O chefe da diplomacia americana acrescentou ainda que, embora Putin tenha dito publicamente que a operação militar está ocorrendo como ele planejou, “é difícil imaginar que seu plano incluísse unir o mundo inteiro contra Moscou” ou “colocar a economia russa em queda livre”.
Questionado sobre futuras sanções na área da energia, Blinken disse que “nada está descartado”.
Apesar disso, ele apontou que a redução das reservas mundiais de energia ao aplicar este tipo de medida a Moscou significaria um aumento dos preços pagos pelos consumidores ocidentais, enquanto que o objetivo das sanções deve ser “máximo impacto na Rússia e mínimo impacto” nos Estados Unidos e seus parceiros.