Os Estados Unidos secretamente lançaram operações cibernéticas ofensivas contra um grupo de sistemas de inteligência iraniano na última quinta-feira 20, afirmou uma autoridade dos EUA familiarizada com o assunto neste domingo, 23. Naquele mesma quinta-feira, o presidente americano, Donald Trump recuou de um ataque militar a três pontos do país do Oriente Médio 10 minutos antes ao saber que resultaria em vítimas civis.
Os ataques cibernéticos, que foram aprovados por Trump, tinham como alvo sistemas de computador usados para controlar lançamentos de mísseis e foguetes, disse a autoridade. As operacões foram realizadas pelo Comando Cibernético dos Estados Unidos, em coordenação com o Comando Central americano.
A autoridade se recusou a dar detalhes específicos sobre os ataques, mas disse que não envolveram perdas de vidas e foram considerados “muito” eficazes. Eles foram realizados durante o pico das tensões entre os Estados Unidos e o Irã na semana passada, quando deu-se uma série de incidentes em todo o Oriente Médio, incluindo a derrubada de um drone de reconhecimento americano em Teerã.
A medida também ocorreu em meio ao temor dos Estados Unidos de que o Irã tentasse realizar ataques cibernéticos aos aliados de Washington no Oriente Médio. Várias empresas de segurança informaram sobre sinais de que Teerã estaria atacando redes de computadores relevantes do governo dos EUA e do setor de energia americano, incluindo fornecedores de petróleo e gás.
O Comando Cibernético e o Conselho de Segurança Nacional não responderam a pedidos de comentários. Os detalhes das operações cibernéticas foram divulgados pela primeira vez na sexta-feira 221pelo Yahoo News.
Autoridades e ex-funcionários do governo americano alertaram que os ataques cibernéticos contra o Irã poderiam aumentar a probabilidade de o país responder da mesma maneira e salientaram que o Irã é particularmente imprevisível em uso de ofensivas desse tipo.
No sábado, 22, a principal autoridade de segurança cibernética do Departamento de Segurança Interna, Chris Krebs, divulgou um comunicado alertando que as atividades iranianas maliciosas no ciberespaço estavam em ascensão. Segundo ele, tais ofensivas poderiam ser destrutivas por natureza.
“O que pode começar como um comprometimento de conta, no qual você acha que pode perder dados, rapidamente pode se tornar uma situação em que você perdeu toda a sua rede”, disse Krebs.
A preocupação atual com a capacidade e as intenções do Irã baseia-se em meses de crescente atenção sobre como o Irã poderia usar meios virtuais para retaliar os Estados Unidos pela postura agressiva do governo Trump contra o país. Em abril, o FBI emitiu um alerta para o setor privado alertando que o Irã poderia retaliar em resposta à decisão dos EUA de designar formalmente a Guarda Revolucionária Islâmica como uma organização terrorista.