O governo dos Estados Unidos ordenou nesta quarta-feira (23) a expulsão de dois diplomatas da Venezuela, aos quais deu 48 horas para que abandonem o país. A ordem é uma resposta, segundo o Departamento de Estado, à decisão do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de expulsar o encarregado americano de negócios em Caracas, Todd Robinson.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, já havia advertido que a Casa Branca responderia de maneira “rápida e recíproca” à expulsão dos dois diplomatas americanos da Venezuela e avisou que sua resposta poderia ser até mais ampla.
Os diplomatas venezuelanos afetados são o encarregado de negócios da embaixada da Venezuela em Washington e o vice-cônsul-geral do consulado venezuelano em Houston, informou o Departamento de Estado americano em comunicado.
“Essa ação é em resposta à decisão do regime [do presidente Nicolás] Maduro de declarar o encarregado de negócios e o chefe adjunto da missão da embaixada dos Estados Unidos em Caracas como personas non gratas“, disse o órgão. Na diplomacia, esse termo é utilizado para fazer referência a pessoas que não são mais bem-vindas em um país.
Na terça-feira (22), Maduro deu um prazo até esta quinta-feira (24) para que o Todd Robinson, e seu principal assessor Brian Naranjo, deixem o país. As expulsões marcam a mais recente escalada de tensão entre os dois países, depois que os Estados Unidos impuseram sanções contra a Venezuela em resposta às eleições que qualificaram como “fraudulentas”.
Sem oposição para disputar as eleições presidenciais, Maduro foi reeleito com 67,7% dos votos. Os líderes contrários ao regime atual decidiram boicotar o pleito e não se apresentar como candidatos, convocando a população a não participar da votação.
Pela falta de representatividade democrática, treze países afirmaram que não reconhecem o resultado das eleições venezuelanas, incluindo o Brasil e outros vizinhos latino-americanos.
Apenas a Turquia, a Rússia, a China, a Bolívia e o Irã manifestaram apoio a Maduro e pediram respeito à vitória do líder venezuelano por parte dos demais países.
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)