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EUA estão ‘profundamente preocupados’ com incêndios na Amazônia

Após reação internacional em massa, líderes do G7 tratarão sobre carta para a biodiversidade em reunião na França

Por Da Redação
Atualizado em 23 ago 2019, 17h52 - Publicado em 23 ago 2019, 17h02
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  • O governo dos Estados Unidos está profundamente preocupado com os incêndios na Amazônia, confirmou uma autoridade da Casa Branca nesta sexta-feira, 23, a medida em que cresce a preocupação internacional com o número recorde de queimadas registradas na maior floresta tropical do mundo. “Estamos profundamente preocupados com o impacto dos incêndios na Floresta Amazônica sobre as comunidades, a biodiversidade e os recursos naturais da região”, afirmou a autoridade, que pediu para não ser identificada.

    O governo americano ainda não se manifestou publicamente sobre as queimadas na Amazônia, nem em apoio ao governo de Jair Bolsonaro. A atual administração se alinhou totalmente à política dos Estados Unidos e o líder brasileiro não esconde sua admiração por Donald TrumpBolsonaro, que nega a mudança climática como seu contraparte americano, anunciou que deixaria o Acordo de Paris para o clima antes mesmo de tomar posse, assim como Trump divulgou que faria em 2018. Entretanto, o líder brasileiro voltou atrás em suas afirmações, logo após assumir o cargo no começo deste ano.

    A pressão internacional sobre o Brasil aumentou após a divulgação de informações sobre o aumento das queimadas na Amazônia. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as queimadas tiveram um acréscimo de 82% de janeiro a agosto de 2019 ante o mesmo período do ano passado. Esta é a maior alta no índice em sete anos.

    Reunião do G7

    O presidente da França, Emmanuel Macron, convocou os líderes do G7 a discutirem a preservação ambiental no Brasil na cúpula anual que será realizada neste final se semana em Biarritz.

    Segundo Jean-Yves Le Drian, o ministro de Relações Exteriores francês, os chefes de Estado e Governo das setes maiores economias do mundo devem se pronunciar neste sábado, 24, sobre uma carta em defesa da biodiversidade para a promoção de uma ação contra a extinção de espécies e a criação de um marco mundial.

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    Le Drian, que compareceu diante da imprensa ao término de um almoço no Palácio do Eliseu com ONGs associadas à preparação da cúpula nesta sexta, também disse que macron, como anfitrião do evento, levará o tema da preservação da Amazônia a “diferentes reuniões” com os outros líderes dos sete países mais ricos.

    Entre as ONGs presentes na reunião estava a Anistia Internacional (AI), cuja presidente na França, Cécile Coudriou, indicou que cada vez fica mais clara a relação entre os problemas ambientais e os direitos humanos.

    Coudriou afirmou que pediu a Macron que lembre diante do G7 que existe uma declaração da ONU para a proteção dos defensores dos direitos humanos e que, no entanto, “muitos Estados fazem pouco demais” para cumpri-la. A ativista se referiu, em particular, à “América Latina” e, mais concretamente, denunciou que “o Brasil e o México são países que têm um triste recorde de defensores (dos direitos humanos) assassinados”.

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    “A questão climática – advertiu – tem consequências terríveis para os direitos humanos” e em muitos países, ativistas ecologistas são vítimas de ataques e inclusive de assassinatos por parte das autoridades, de milícias e de atores privados que atuam por incumbência de empresas”, disse.

    Pressão internacional

    Nesta sexta, Macron anunciou sua oposição ao acordo de livre-comércio assinado entre a UE e o Mercosul, afirmando que Bolsonaro mentiu sobre seus compromissos com o meio ambiente. Fechado em junho deste ano, depois de mais de 20 anos de negociação, o pacto prevê a implementação das medidas previstas pelo Acordo de Paris sobre o clima, que inclui, entre outros temas, o combate ao desmatamento e à redução da emissão de gases do efeito estufa.

    Ontem, Macron já havia se manifestado sobre a questão, pedindo que os incêndios fossem discutidos na reunião de cúpula do G7. A posição do francês foi apoiada por outros líderes, como a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, o premiê do Reino Unido, Boris Johnson, e pelo primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau.

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    Além da França, a Irlanda também se manifestou contra o acordo de livre-comércio. Já o governo da Finlândia, que atualmente detém a presidência rotativa da União Europeia, pediu que os países do bloco avaliem a possibilidade de banir a importação de carne bovina do Brasil por causa da devastação causada pelas queimadas na Amazônia.

    (Com Reuters e EFE)

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