O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o líder sul-coreano, Yoon Suk-yeol, acordaram nesta quinta-feira 11 uma nova diretriz de dissuasão contra a Coreia do Norte, para combater as ameaças nucleares e militares vindas do regime de Kim Jong-un.
Biden e Yoon fizeram uma reunião às margens da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), principal aliança militar ocidental, em Washington. O chefe da Casa Branca reiterou seu compromisso em estabelecer um sistema integrado de dissuasão contra a Coreia do Norte e garantiu o apoio americano com uma ampla gama de capacidades, incluindo a nuclear.
A nova diretriz oficializa a instalação de ativos nucleares dos estados Unidos na península coreana e ao redor dela para dissuadir e responder a possíveis ataques nucleares do Norte, disse Kim Tae-hyo, vice-secretário de Segurança Nacional de Yoon.
“Isso significa que as armas nucleares dos Estados Unidos estão sendo especificamente atribuídas a missões na Península Coreana”, disse Kim.
Segundo o vice-secretário, os presidentes reafirmaram seus compromissos na Declaração de Washington Estados Unidos-República da Coreia (nome oficial da Coreia do Sul) e destacaram que qualquer ataque nuclear da Coreia do Norte contra Seul será recebido com uma resposta “rápida, esmagadora e decisiva”.
Tensões de lá e de cá
No mês passado, a Rússia e a Coreia do Norte assinaram um pacto de defesa mútua após anúncios conjuntos contendo críticas aos Estados Unidos e seus aliados. A iniciativa reaviva uma parceria característica da Guerra Fria.
Antes disso, Pyongyang tentou lançar um satélite de reconhecimento militar em órbita, mas fracassou após um motor de foguete recém-desenvolvido explodir durante o voo. Seul e Washington condenaram a iniciativa, classificando-a como uma violação das sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas contra o uso de tecnologia balística no país. Os aliados também reforçaram suas defesas com o estabelecimento de novas diretrizes de resposta a um possível ataque nuclear da Coreia do Norte no início de junho.
Depois dos norte-coreanos lançarem centenas de balões com fezes e lixo pela fronteira com a vizinha do Sul, os sul-coreanos anunciaram, no início de junho, a suspensão de um pacto militar entre os dois países firmado em 2018. O documento visava prevenir confrontos e amenizar as tensões na divisa.
No início deste ano, Pyongyang classificou Seul como seu “principal inimigo” e prometeu eliminar a vizinha por tentar travar uma guerra com o apoio dos Estados Unidos.