Forças dos Estados Unidos e do Reino Unido fizeram novos ataques a alvos de rebeldes hutis do Iêmen nesta segunda-feira, 22, marcando a oitava rodada de ataques em pouco mais de 10 dias, de acordo com fontes militares ouvidas pela rede americana CNN.
Os ataques desde 11 de janeiro tiveram como alvos drones de ataque unidirecional dos hutis, mísseis balísticos antinavio, mísseis de cruzeiro antinavio e outros armamentos, à medida que os EUA tentam frustrar a capacidade do grupo de disparar contra rotas marítimas internacionais.
Mais cedo, rebeldes hutis, que controlam parte do Iêmen desde 2014, disseram ter lançado um míssil contra um navio de carga militar americano no golfo do Áden, que liga o Mar Vermelho ao Oceano Índico.
Pouco depois do início da guerra entre Israel e o grupo militante palestino Hamas, em outubro, rebeldes hutis começaram a lançar ataques de mísseis e drones contra navios no Mar Vermelho. Segundo o grupo, todos os navios que tivessem ligação com Israel ou seus aliados “se tornariam um alvo legítimo” e, em discurso na quinta-feira, o líder Abdul Malek al-Houthi disse ser “uma grande honra e bênção confrontar diretamente a América”.
+ EUA voltam a designar hutis do Iêmen como entidade terrorista global
A vice-secretária de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh, afirmou, no entanto, que os hutis não fazem um ataque a navegações comerciais desde 18 de janeiro. Na semana passada, Singh disse que as avaliações iniciais do Pentágono são de que os ataques recentes contra os hutis foram “muito bem-sucedidos” na destruição de “praticamente todos os alvos que atingimos”.
O ataque desta segunda-feira se dá poucos dias depois de os EUA anunciarem a redesignação do grupo rebelde como uma entidade Terrorista Global Especialmente Designada (SDGT). Em declaração, o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, afirmou que os ataques recentes “colocaram em perigo funcionários dos EUA, civis, parceiros, prejudicaram o comércio global e ameaçaram a liberdade de navegação”.
A mudança de designação, segundo Sullivan, “é uma ferramenta importante para impedir financiamento terrorista aos hutis, restringindo ainda mais acesso do grupo ao mercado financeiro e conseguir responsabilizá-los por suas ações”.
“Se os hutis cessarem ataques no Mar Vermelho, os Estados Unidos irão imediatamente reavaliar essa designação”, acrescentou.
O governo americano removeu a designação SDGT dos hutis e retirou o grupo da lista como organização terrorista estrangeira (FTO) em fevereiro de 2021. Na época, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, citou a terrível situação humanitária no Iêmen como a razão para remover o designação do grupo.