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EUA deportam ex-guarda nazista de 95 anos para a Alemanha

Jakiv Palij é acusado de envolvimento no assassinato de 7.000 pessoas durante a Segunda Guerra Mundial

Por Da Redação
Atualizado em 21 ago 2018, 15h56 - Publicado em 21 ago 2018, 12h42
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  • O governo dos Estados Unidos confirmou nesta terça-feira 21 a deportação à Alemanha de Jakiv Palij, acusado por Washington de ser cúmplice no assassinato de 7.000 judeus quando era guarda no campo de concentração nazista de Trawniki, então em território da Polônia ocupada.

    “Palij mentiu sobre ter sido um nazista e permaneceu nos Estados Unidos durante décadas. A deportação de Palik envia uma forte mensagem: os EUA não tolerarão os que ajudaram nos crimes nazistas e outras violações de direitos humanos, não encontrarão refúgio seguro em território americano”, indicou a Casa Branca em comunicado.

    Palij, de 95 anos de idade, serviu voluntariamente como guarda no Campo de Trabalho de Trawniki, onde 6.000 homens, mulheres e crianças judeus foram mortos a tiros em um único dia em 1943, num dos maiores massacres do Holocausto, disse a Casa Branca.

    O ex-membro das SS aterrissou nesta manhã no aeroporto alemão de Düsseldorf. A porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, expressou “seu profundo agradecimento à República Federal da Alemanha por readmitir” Palij.

    Depois da II Guerra Mundial, Palij, nascido na Polônia, emigrou para os Estados Unidos. Ao chegar ao país, em 1949, ocultou seu recente passado e indicou que sua única atividade era de camponês.

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    Em 1957, recebeu a cidadania americana, mas, quando décadas mais tarde foi revelada sua filiação às SS nazistas, esta foi retirada.

    Palij viveu tranquilamente nos Estados Unidos como desenhista e depois como aposentado até quase trinta anos atrás, quando os investigadores encontraram o nome dele em uma antiga lista nazista.

    Depois da guerra, Palij manteve amizade com outros guardas nazistas que chegaram ao país, segundo o governo, com falsos pretextos similares ao dele.

    Deportação

    Os Estados Unidos estavam desde 2005 tentando expulsá-lo do país, onde vivia de benefícios sociais no bairro nova-iorquino de Queens, já que os tribunais americanos não podem julgá-lo por crimes cometidos durante a II Guerra Mundial que não tenham acontecido em seu território.

    No entanto, a Alemanha tinha rejeitado até agora se responsabilizar por Palij, já que ele nunca possuiu a cidadania alemã. Também não havia nenhuma ordem de detenção contra ele por assassinato ou cumplicidade em assassinato.

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    O mesmo foi alegado pela Polônia e pela Ucrânia – país ao qual pertence atualmente a cidade onde Palij nasceu -, que não queriam receber o ex-nazista.

    A deportação só foi autorizada após semanas de negociações diplomáticas, as quais a Casa Branca disse que o presidente Donald Trump apoiou. “Por meio de negociações extensivas, o presidente Trump e sua equipe defendem a deportação de Palij para a Alemanha e o avanço dos esforços colaborativos dos EUA com um aliado europeu”, informou a Casa Branca.

    O Ministério do Interior e da Justiça da Alemanha e o gabinete da primeira-ministra Angela Merkel não comentaram para onde Palij será levado e o que exatamente acontecerá com ele. Os procuradores alemães tinham dito que não parecia haver evidências suficientes para acusá-lo de crimes de guerra.

    A deportação de Palij é a primeira de um suspeito de crimes de guerra nazistas desde que a Alemanha concordou, em 2009, em levar John Demjanjuk, um aposentado que morava em Ohio e era acusado de servir como guarda em campos de extermínio. Ele foi condenado em 2011 por participação em mais de 28.000 mortes e morreu dez meses depois, aos 91 anos, com seu recurso pendente.

    (Com EFE, Reuters e Estadão Conteúdo)

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