O governo dos Estados Unidos denunciou nesta quinta-feira 12 a existência de um “padrão” de “intimidação e violência” contra aqueles que são críticos na Rússia, a poucos dias da reunião entre o presidente americano, Donald Trump, com o líder russo, Vladimir Putin.
“Os Estados Unidos seguem preocupados com o atual padrão de intimidação e violência contra quem expressa discordância em toda a Rússia, incluindo jornalistas independentes, membros da oposição política e da sociedade civil”, disse o Departamento de Estado, em comunicado.
Hoje (13), durante uma conferência de imprensa ao lado da primeira-ministra britânica, Theresa May, Trump comentou a anexação da Crimeia pela Rússia, culpando seu antecessor, Barack Obama, pelo ocorrido. Segundo o presidente americano, se ele estivesse na liderança do país naquela época, a anexação nunca teria acontecido. “Isso foi um desastre de Obama”, concluiu.
A nota emitida por Washington na noite anterior é uma “homenagem” aos jornalistas Natalya Estemirova e Paul Klebnikov, assassinados em 2009 e 2004, respectivamente.
Estemirova, uma ativista dos direitos humanos, foi sequestrada e assassinada na Chechênia, enquanto Klebnikov, cidadão americano, foi assassinado “provavelmente por denunciar a corrupção no governo”, segundo o Departamento de Estado americano.
“Nem os assassinos, nem aqueles que ordenaram estes crimes foram levados perante os tribunais”, denunciou Washington.
No comunicado, o governo americano pediu “o fim da impunidade contra os abusos aos direitos humanos na Chechênia e no resto da Rússia” e mostrou seu apoio “aos valentes jornalistas e defensores de direitos humanos no país e no resto do mundo”.
Na semana passada, o Departamento de Estado emitiu outra nota na qual denunciava uma “erosão” da liberdade de imprensa na Rússia, ao tratar sobre o debate de um projeto de lei na Duma (a Câmara baixa do Parlamento russo) para ampliar a atual designação de “agente estrangeiro” de veículos de imprensa diretamente aos jornalistas que trabalham para estes.
As novas críticas chegam às vésperas de uma importante reunião entre Trump e Putin, marcada para a próxima segunda-feira, 16, em Helsinque.
(Com EFE)