O governo dos Estados Unidos criticou nesta terça-feira, 7, a proposta do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de assumir o controle da Faixa de Gaza após o fim da guerra contra o movimento palestino radical Hamas. Em entrevista à rede de televisão americana ABC News, o premiê informou seu desejo de reocupar o enclave por tempo indeterminado, de forma a reter a “responsabilidade geral pela segurança” do local.
“O presidente ainda acredita que a reocupação de Gaza pelas forças israelenses não é boa. Não é bom para Israel; não é bom para o povo israelense”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, à emissora americana CNN.
“Uma das conversas que o secretário [Antony] Blinken tem tido na região é ‘como será Gaza pós-conflito? Como é o governo em Gaza?’. Porque seja lá o que for, não pode ser o que era em 6 de outubro. Não pode ser o Hamas”, continuou.
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A Faixa de Gaza foi dominada por 38 anos pelo governo de Tel Aviv, entre 1967 e 2005. Segundo Netanyahu, o enclave palestino precisa ser liderado por “aqueles que não querem continuar o caminho do Hamas”. Em seguida, ele acrescentou que todos viram “o que acontece” quando Israel não detém o controle do enclave palestino, em referência aos ataques dos combatentes em 7 de outubro.
A visão do primeiro-ministro destoa das interpretações do presidente dos EUA, Joe Biden, grande aliado de Israel. Em outubro, o democrata disse à CNN que a reocupação seria um “grande erro”, já que os “elementos extremistas do Hamas não representam todo o povo palestino”. Até então, o embaixador israelense em Washington, Michael Herzog, descartava a tentativa de retomar o poder sobre a Faixa.
A escalada do conflito, que soma mais de 10 mortes, é fonte de preocupações para a Casa Branca. Em Tel Aviv, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, apelou por uma “pausa humanitária”, focada no avanço das negociações para a libertação dos reféns e na entrada de ajuda no território palestino. Sem dar ouvidos, Netanyahu negou qualquer forma de trégua, uma vez que significaria que estariam se rendendo ao “terrorismo”.
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“Uma das coisas que o presidente deixou claro ao primeiro-ministro é que vamos continuar a apoiar Israel. Continuaremos a garantir que eles tenham a assistência de segurança de que necessitam, as ferramentas, as armas e as capacidades para perseguir o Hamas. Isso não mudou desde 7 de outubro e não vai mudar daqui para frente”, disse Kirby.