O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, afirmou nesta segunda-feira que os Estados Unidos manterão “pressão máxima” sobre o Irã até que o país mude sua conduta e deixe de apoiar o terrorismo. Além disso, ele enfatizou que qualquer acordo com o regime de Teerã precisa garantir que os iranianos nunca possam conseguir armas nucleares.
Em discurso no think-tank Heritage Foundation, Pompeo afirmou que seu país pretende impor “as mais fortes sanções na história” contra o país persa. Após os Estados Unidos terem deixado o acordo nuclear assinado com o Irã e outros países em 2015, o secretário de Estado apresentou doze condições para que Washington assine um novo acordo com os iranianos. Entre elas estão o fim do programa de mísseis balísticos iraniano que, segundo ele, avançou após a assinatura do acordo de 2015, e o fim da intervenção em conflitos regionais, como do Iêmen e da Síria.
Pompeo classificou o acordo anterior como ruim, pois não monitorava adequadamente as atividades nucleares do país e ainda permitia que ele continuasse a enriquecer urânio, o que pode ser usado tanto para fins pacíficos quanto para construir armas.
Além disso, ele listou uma série de episódios de terrorismo nos quais o regime iraniano estaria envolvido, como em ataques de rebeldes iemenitas com mísseis contra civis na Arábia Saudita, no apoio ao grupo libanês Hezbollah e aos palestinos do Hamas e Jihad Islâmica, além do financiamento e da entrega de armas ao regime do Talibã, que comandou o Afeganistão.
Os Estados Unidos irão “esmagar” o Irã militar e economicamente se não mudar suas atitudes no Oriente Médio, ele afirmou. Mas se mudar o comportamento, o governo americano prometeu retirar as sanções contra o país, retomar as relações comerciais e permitir o desenvolvimento tecnológico iraniano.
A intenção dos outros países signatários em manter o acordo nuclear com o Irã apesar da saída americana também foi tema do discurso. Reino Unido, França e Alemanha, pretendem manter a iniciativa de pé, porém empresas europeias mostram-se temerosas, já que investir no Irã poderia significar punições americanas. O secretário deixou claro que o governo de Donald Trump poderia impor sanções contra países aliados caso eles realizem atividades econômicas proibidas por Washington com o país persa.
“Entendemos que nossa re-imposição de sanções e a próxima campanha de pressão sobre o regime iraniano representará dificuldades financeiras e econômicas para vários de nossos amigos, mas vocês devem saber que vamos responsabilizar aqueles que fazem negócios proibidos no Irã”, disse.
O secretário de Estado disse que o Irã viu o acordo nuclear como uma espécie de aval para intervir no Oriente Médio. Também criticou o tratamento do regime à própria população, que sofre frente a um quadro econômico ruim, com alto desemprego.
“A população iraniana terá de fazer uma escolha: brigar para manter sua economia ou continuar desperdiçando preciosas riquezas nas disputas no exterior. Não terá recursos para fazer as duas coisas”, garantiu. A situação econômica iraniana vai mal “graças a decisões ruins de seu governo” e “o povo iraniano quer apenas uma vida simples, com empregos”, comentou.
(Com AFP e Estadão Conteúdo)