Em um boletim de duas páginas, agências de segurança dos Estados Unidos alertaram nesta sexta-feira, 18, a indústria espacial do país sobre possíveis campanhas de espionagem e consequentes roubos de pesquisas e segredos comerciais por entidades estrangeiras. O alerta tem como objetivo incentivar empresas americanas a rastrear “incidentes peculiares” e reforçar a segurança para uma “ameaça interna”, já que funcionários em posições-chave poderiam ser recrutados.
“Nós antecipamos ameaças crescentes a este setor florescente da economia dos EUA”, disse um servidor do setor de contraespionagem americano à agência de notícias Reuters. “A China e a Rússia estão entre as principais ameaças de inteligência estrangeira à indústria espacial dos EUA”.
Sem especificar a fonte das ameaças, o relatório conjunto, emitido pelo Federal Bureau of Investigation (FBI), o National Counterintelligence and Security Center (NCSC) e o Air Force Office of Special Investigations (AFOSI), indicou que ataques cibernéticos e técnicas como investimento estratégico estão entre as táticas utilizadas por agentes estrangeiros para acessar áreas restritas.
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O documento destacou, ainda, que as instituições devem estar em alerta para pedidos de visita às instalações, bem como em tentativas de obtenção de informações confidenciais em conferências. Fonte de dor de cabeça, os recrutamentos ocorreriam, por sua vez, através de ofertas de viagens para fora do país, de consultorias e de pagamento por informações sensíveis. O FBI e AFOSI recomendaram que as empresas entrem em contato com seus agentes em qualquer caso suspeito.
A escalada da preocupação da proteção da inteligência nacional ocorre em um contexto de investimentos progressivos na sua indústria espacial, que gasta bilhões de dólares no desenvolvimento de foguetes inéditos e novas tecnologias, e da meta chinesa de superar os americanos na corrida até 2045. A China, no entanto, afirma que seus programas exploratórios têm fins pacíficos.
Nos últimos anos, as autoridades dos EUA acusam hackers chineses de obter acesso ilegal ao know-how espacial americano através de computadores no Centro Espacial Goddard da NASA, no Laboratório de Propulsão a Jato e em empresas de tecnologia de aviação, espaço e satélite.