Um alto funcionário do governo dos Estados Unidos disse na noite desta quarta-feira, 16, que as forças russas aumentaram em aproximadamente 7.000 o número de soldados nos últimos dias ao longo das fronteiras da Ucrânia.
Segundo informações da CNN internacional, ele disse que a medida torna a afirmação de Moscou de que estava retirando suas tropas “falsa”, e alertou que a abertura pública do presidente Vladimir Putin à diplomacia era um disfarce.
“Todas as indicações que temos agora é que eles pretendem apenas se oferecer publicamente para conversar e fazer reivindicações sobre a desescalada, enquanto se mobilizam em particular para a guerra”, disse o funcionário.
As novas estimativas colocariam o número de forças russas na fronteira com a Ucrânia perto dos 150.000 que o presidente Joe Biden citou em um discurso na televisão no início desta semana. Os líderes ocidentais já haviam recebido as alegações de retirada da Rússia com ceticismo. Na última terça-feira, Biden disse durante um discurso na Sala Leste que uma retirada das tropas russas seria “boa”, mas que ele ainda não tinha visto nenhuma evidência de que tal recuo estivesse em andamento.
“Devemos esperar mais relatos falsos da mídia estatal russa nos próximos dias”, disse o funcionário. Na última terça-feira, Putin afirmou que a Rússia estava enviando algumas tropas de volta à base depois de concluir os exercícios na Crimeia, território ucraniano anexado pela Rússia em 2014. Mas os líderes dos EUA e da Europa lançam dúvidas sobre a afirmação.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que a aliança ainda não viu “nenhum sinal de desescalada no terreno”, mas acrescentou que “sinais de Moscou de que a diplomacia deve continuar” são motivos para otimismo cauteloso.
Já o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, disse em entrevista coletiva em Kiev que estava cumprindo uma regra quando se trata de alegações russas: “Não ouça e depois acredite. Mas veja e depois acredite”.
E o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse em entrevista que há “uma diferença entre o que a Rússia diz e o que faz”.